Episódio I
RELIGIÃO E CHARLATANISMO
A fascinante obra cósmica e toda a sua
povoação espiritual é de uma seriedade que vai muito além do que pode conceber
nossa frágil e primitiva compreensão humana. É de se imaginar que devido à essa
complexidade, muitos preferem tomar o caminho do ceticismo e ignorar
radicalmente todas as conjecturas e tendências que abordam esta temática,
principalmente as religiosas, chegando a duvidar até mesmo da existência de um
Deus Supremo, classificando tudo como vãs filosofias ou meras obras de ficção.
Felizmente ninguém é obrigado a acreditar naquilo que não quer acreditar,
entretanto, exige-se um mínimo de respeito a toda e qualquer manifestação
religiosa que bem ou mal, (quando verdadeira e isenta de mercenarismo) à sua
maneira tenta mostrar aos indecisos e carentes, qual o caminho mais curto para
se atingir a evolução espiritual. Este é sem dúvidas, o preço que devemos pagar
por ainda sermos tribais e necessitar que alguém sempre delineie o caminho que
devemos seguir. Certamente, chegará o dia em que o discernimento ditará as
regras e cada um saberá o rumo que deverá tomar sem necessitar de guias.
Enquanto esse dia não chega, somos obrigados a conviver com elementos de má fé
que não perdem tempo quando o assunto é a exploração dos menos precavidos e
inseguros que na ânsia de encontrar uma resposta para seus muitos
questionamentos, se deixam enganar pelos chamados mercenários da fé que
oferecem solução para todos os tipos de problemas, cobrando altas taxas por
cada minuto de enganação. Essas infelizes criaturas auto-denominadas como
místicas, oferecem suas consultas pelo telefone, pelo rádio, pela televisão,
por fax, carta, telepatia e vai por aí, tudo serve como veículo de exploração
da fé ou ignorância alheia. Estão formando verdadeiros impérios às custas de
pobres coitados que muitas das vezes não tem nem o que comer. Diariamente são
arrecadadas verdadeiras fortunas em eventos religiosos ou místicos e ninguém
percebe a enganação. O pior é que usam o nome de Deus e seus emissários
espirituais como elementos de propaganda e convencimento. A triste realidade é
que somos nós os verdadeiros culpados pela sobrevivência desse tipo de gente,
uma vez que basta termos um pequeno transtorno na vida, imediatamente corremos
a consultá-los, ao invés de buscar dentro de nós mesmos, as respostas e
soluções para os problemas que surgem naturalmente no decorrer de nossas
existências. Precisamos ter mais fé nas forças positivas que estão ao nosso
redor e caminhar com mais convicção, acreditando em nossa capacidade de
sobrepujar os obstáculos que surgem em nosso caminho, encarando-os muitas das
vezes como uma forma de preparação para uma vida melhor, sem medos, sem
incertezas, se confiando mais e dessa forma, acreditando mais nas forças
espirituais e no Deus todo poderoso. O verdadeiro gerenciador dos universos. E
não naquele que anda na boca dos charlatões. Outra falha que precisamos estar
sempre atentos para corrigi-la, é a grave tendência que temos em nos sublimar
ou nos tornarmos fanáticos, isso sim é danoso, o fanatismo torna o homem escravo
de si mesmo, cegando-o e impedindo que evolua. É nessa fase que ele se torna
presa fácil nas garras dos enganadores que estão por toda parte como lobos
vorazes disfarçados de ovelhas. Até quando o livre-arbítrio ou a tal democracia
serão usados como justificativas legais para lesar o próximo e continuar
impunes?
MENTORA-MÃE
Felizmente, temos exemplos importantes de
pessoas que se doaram com amor a causas humanitárias, buscando ajudar o
semelhante em sua trajetória evolutiva sem visar o lucro. Foram poucos esses
benfeitores da humanidade que usaram seus dons sagrados para o engrandecimento
da espécie e não para denegrir as causas nobres. Particularmente, eu me sinto
honrado em ter conhecido, convivido e compartilhado dos ideais de alguém desse
quilate, essa pessoa foi TIA NEIVA. Com seus extraordinários dons
extra-sensoriais, ela foi uma das pessoas mais importantes de nosso tempo. Para
confirmarmos isso, basta analisar com coerência tudo o que ela nos deixou como
legado. Se levarmos em conta, seu nível cultural, financeiro e principalmente
sua condição física, somos obrigados a classificá-la como um verdadeiro
fenômeno.
MISSÃO CUMPRIDA
Sobre a fantástica obra que ela nos deixou
e sua consequente ausência, vez por outra surge um neófito se lamentando por
não tê-la conhecido. Sempre que posso eu contesto esta lamentação com o
seguinte argumento: “Feliz daquele que não teve a oportunidade de conhecê-la em
vida, e hoje, corresponde com responsabilidade, dignidade, verdade interior e
muito amor à obra que ela nos deixou.” Com um certo pesar, em contrapartida sou
obrigado a concluir: “Infeliz daquele que teve a oportunidade de conhecê-la em
vida, testemunhando sua bravura e determinação ao superar seus graves problemas
de saúde, para concretizar a missão que lhe foi confiada pela espiritualidade,
e hoje, vive denegrindo a doutrina com atos duvidosos, muitas das vezes, usando
o que ela construiu com muita dor e lagrimas para tirar proveitos pessoais. –
Este sim, é digno de pena”.
O DESCORTINAR DE UM NOVO HORIZONTE
Já se passaram muitas luas desde que aqui
cheguei. Muita coisa do que sei hoje, devo à Tia Neiva, principalmente no que
diz respeito ao uso de minha mediunidade para materializar no físico, uma parte
ínfima da complexa estrutura dos mundos espirituais e seus habitantes. Uma
missão? Sim, encaro dessa forma, vendo as coisas por esse ângulo, faço meu
trabalho com mais responsabilidade, vibração e amor. Consequentemente, sou
contemplado com momentos de muita realização pessoal e aquela sensação positiva
de que estou no caminho certo para cumprir com dignidade o que me foi confiado.
Durante toda a minha vida sempre procurei manter uma rigorosa vigilância sobre
minhas reações e vocação pictopsicossomática para evitar que através de meu
trabalho, pudesse enganar as pessoas. Foi com esta formação que certo dia o
destino me levou ao encontro de Tia Neiva. A princípio, sua figura hieroglífica
me causou um certo impacto. Por não conhecê-la, tive algumas dúvidas sobre sua
pessoa, mas logo, com sua maneira ímpar de se comunicar, não foi difícil
entendê-la e logo percebi que falávamos a mesma língua. A partir daí, ela fez
descortinar à minha frente, um novo e fascinante universo até então
desconhecido. É claro que tudo me pareceu demasiadamente extravagante e
misterioso, felizmente, graças ao fascínio que o desconhecido sempre exerceu
sobre mim, aceitei realizar os trabalhos que ela me solicitara. Quando
iniciamos os trabalhos, submeti-me a um minucioso processo de adaptação ao que
ela chamava de uma caracterização facial totalmente diferente de tudo o que eu
conhecia ou fizera. Por algum tempo, fiz dezenas de desenhos a lápis e à medida
que eles ficavam prontos, logo ela dava um nome para cada um. Fiquei meio
cabreiro com essa história, eu desenhava o que vinha em minha mente e dava a
impressão que já era coisa encomendada com antecedência, achei simples demais.
Mas tudo bem, afinal, eu estava precisando de trabalho. Continuei desenhando
para ver até onde a coisa ia. Sentindo que eu já havia captado o espírito do
proposto, ela resolveu me testar pedindo que pintasse o quadro de Pai João e
Pai Zé Pedro. Aceitei o desafio. Fui para minha casa em Taguatinga e lá,
colocando em prática o que eu chamava de inspiração, pintei o que ela me havia
solicitado. Dias depois, retornei ao Vale com o quadro pronto. Ao vê-lo, ela se
emocionou muito e toda eufórica, convocou os presentes para verem a grande
obra. Me senti muito lisonjeado com aquela manifestação. Ao aprovar a obra,
ainda muito empolgada ela perguntou se eu teria condições de pintar os planos
espirituais. Segundo ela, tratava-se de um de seus maiores sonhos. Era a
oportunidade para concretizar no físico, todos os fundamentos básicos da
doutrina. Na verdade eu não fazia a mínima idéia do que ela queria dizer com:
“planos espirituais” nunca tinha ouvido falar nisso. Mas a felicidade dela
parece que me contagiou tanto, que nem parei para pensar nas complicações e na
seriedade do pedido e muito convicto, respondi: “pinto sim, senhora!”. Acho que
foi muito convincente na resposta, considerando a expressão dela. Em seguida,
demonstrando muita confiança em minha capacidade, completou: “Então prepare uma
tela bem grande que vamos começar imediatamente!”. Não perdi tempo, dois dias
mais tarde, a tela ficou pronta. Me instalaram no castelinho e iniciamos a
pintura do tal plano espiritual. Trabalhei dezessete dias em uma obra que ao
ficar pronta, nem eu mesmo acreditava no que havia feito. Era o início da
concretização do grande sonho dela em retratar no físico, um pouco da
grandiosidade do mundo espiritual. Ela batizou o quadro de “Mundinho”. O quadro
dos mundinhos é uma das obras que eu considero de valor fundamental para quem
quer se aprofundar nos verdadeiros mistérios que envolvem os planos espirituais
e consequentemente, ter uma noção exata de suas influências em nosso mundo
físico. Toda vez que me coloco diante desse quadro, sinto-me como se estivesse
iniciando uma fantástica viagem pelo mundo espiritual. É exatamente por isso
que vamos começar a narração pelo plano físico para melhor nos situarmos.
Depois, avançaremos através do invisível para, além desse plano, conhecermos um
pouco sobre o umbral ou vale das sombras, o Canal Vermelho, as origens e os
planos subsequentes.
Episódio II
PERIGO INVISÍVEL
Vamos iniciar a narração por uma cena
considerada cotidiana na área do templo-mãe. Pessoas indo e vindo, pacientes,
curiosos, turistas, médiuns, jornalistas, cinegrafistas, pesquisadores ou
críticos e opositores determinados a encontrar alguma falha no sistema para
tentar denegri-lo. Por ser uma área de grande concentração de todos os tipos de
energias e vibrações, tanto positivas como negativas, esta área requer atenção
especial, principalmente no que diz respeito à conduta e ao padrão vibracional
não só dos médiuns, mas de todos os frequentadores de uma forma geral.
Certamente, todos já ouviram falar em energias esparsas. Pois bem, há muito
dessa energia pairando no ar pronta para ser captada por alguém menos cuidadoso
ou que esteja com a guarda aberta. Diante dessa possibilidade, é prudente
conservarmos o padrão vibracional em níveis regulares para evitar as armadilhas
que são preparadas pelos espíritos inferiores que tudo fazem para nos pegar no
contrapé. Por esta e outras razoes é que devemos manter os pensamentos
positivos e ostentar sempre uma conduta equivalente para não nos tornarmos
vítimas de nossas próprias falhas.
PURIFICAÇÃO ESPIRITUAL
Já que estamos falando em conduta,
vibração e trabalho espiritual, vamos dar aqui algumas dicas para quem pretende
realizar um retiro espiritual perfeito. É claro que não se trata de regras
oficiais inseridas no livro de leis, são princípios básicos que, pessoalmente,
eu considero de grande valia para o bom encaminhamento não só dos trabalhos,
mas para o próprio equilíbrio biopsicofísico. Na ordem, as regras são as
seguintes: I – Estar bem consigo mesmo e em perfeita sintonia com o proposto.
II – Evitar contrariedades ou pensamentos negativos ao sair de casa. III –
Procurar trabalhar mais em prol dos necessitados e não unicamente pensando em
si mesmo, doando-se à causa com amor e verdade, como um verdadeiro missionário.
IV – Se possível, evitar comidas pesadas durante os trabalhos, principalmente
as de origem animal. V – O ideal seria manter-se em jejum ou à base de muito
líquido para limpar e fluidificar o organismo. Água pura de preferência. VI –
Evitar contactos com outras pessoas fora dos trabalhos, conservando-se em
perfeita harmonia durante todo o período do retiro. VII – Não permanecer na
porta do templo rindo alto, contando piadas, fofocando, reunido a grupinhos ou
assediando o sexo oposto à procura de aventuras amorosas. VIII – Nos
intervalos, ao invés de quebrar a corrente com outros afazeres, manter-se na
área do templo e procurar fazer uma meditação ou auto-análise, repassando
mentalmente sua conduta e suas metas futuras. IX – Pedir amparo espiritual para
os familiares, para os amigos e principalmente para os possíveis inimigos. X –
Respeitar o ambiente como um lugar sagrado e ter consciência de que o dia
escolhido para se dedicar às causas espirituais é muito especial. Observando
esses itens, certamente o retiro espiritual será coroado de êxito e a sensação
de missão cumprida encherá de realização o coração não só do missionário, mas
principalmente, os de seus guias espirituais. Um bom trabalho espiritual não
deve ser confundido com uma troca. Quem realiza um trabalho espiritual hoje,
esperando receber amanhã, estará trocando e não se dedicando com amor à causa.
Antes de mais nada, o missionário deve ter em mente que seus mentores
espirituais conhecem muito bem suas necessidades. Quando nos propomos servir a
Deus, devemos limpar nossas mentes das culpas, das cobranças, do negativismo,
dos instintos de vingança, das mesquinharias materiais e procurar lembrar dos
necessitados e dos que se dizem nossos inimigos sem rancor, elevando os
pensamentos para entrar em comunhão com Deus e seus emissários espirituais de
forma pura e verdadeira, com muita fé.
AMACÊ TERRESTRE
Quando observado tecnicamente, é fácil
percebermos que o templo do amanhecer não foi construído ao acaso, sua
estratégica forma arquitetônica elipsoidal, rica em detalhes cabalísticos,
caracterizam-no como uma verdadeira amacê-terrestre diretamente ligada ao
astral superior. Cada detalhe é fundamental na complementação desta nave. Senão
vejamos: O radar, é o comando principal da grande nave. – A pira, o painel de
controle. – As cassandras dos ministros, os postos de observação e controle de
vôo. – Os mentores espirituais a tripulação. – A mesa evangélica representa os
engenheiros de bordo. – Os pacientes são os passageiros desta importante amacê.
TRIPULANTES E PASSAGEIROS
Para entendermos melhor toda essa
conjectura, vamos dar uma passada pela área do templo e observar o que acontece
em um dia de Trabalho Oficial. Antes da abertura do retiro, um grande número de
pacientes e médiuns se cruzam de um lado a outro, buscando a perfeita
integração com o proposto, cada um em seu respectivo posicionamento. Em
seguida, o toque da sirene convoca os presentes para o início dos trabalhos.
Logo de início presenciamos a chegada de um paciente em uma maca. Não é difícil
constatar que a situação dele não é nada boa. Sobre seu plexo, vemos a figura
atrofiada de um obsessor atuando. O que por si só já justifica com sobras sua
deplorável condição física e mental. O ser espiritual inferior visto sobre seu
plexo intui em seu corpo físico, grandes distúrbios orgânicos que se refletem
como uma grave enfermidade que jamais será detectada pelos médicos da Terra.
Além de dores terríveis, certamente ele está passando por uma fase depressiva
violenta que fará com que ele tenha fortes tendências ao suicídio,
agressividade injustificável e muitos outros reflexos de natureza degenerativa.
Porém, apesar dele se encontrar neste estado de total penúria, percebemos que
se trata de uma pessoa assistida pela espiritualidade, a prova está nesse casal
de pretos-velhos que o acompanham. Certamente, foram eles os responsáveis pelo
seu encaminhamento até o templo. Mudando de personagem, encontramos uma mulher
totalmente descontrolada chutando a canela do recepcionista. Essa pobre
criatura traz consigo, os estigmas dos reajustes carnais. Além de um terrível
obsessor, visto sobre sua cabeça com a aura totalmente negra induzindo-a à
loucura, um pequeno ponto escuro em seu ombro direito, revela a presença de um
elitrio que em termos físicos, pode ser caracterizado como uma grave
enfermidade cancerígena, uma tuberculose ou algo similar. Poucos metros
adiante, indiferente a toda a movimentação, vemos o espírito de uma mulher
passeando tranquilamente. A diferença entre ela e os demais, é que ela é um
corpo etéreo. Somente alguém com dons paranormais a distinguiria entre os
demais. Isto comprova o importante povoamento nesta área, aqui transitam não
somente seres encarnados, mas também os desencarnados, tanto os iluminados como
também sofredores. Ela é um espírito de luz, a distinção está na aura prateada
que a envolve, nos considerados espíritos sofredores veremos uma aura
totalmente escura. O homem preso a uma cadeira de rodas, pode ser considerado
como mais uma vítima de um violento cobrador e também, alguém que leva uma vida
inconsequente, cheia de negativismos, provavelmente, vícios pesados como
alcoolismo ou químicas alucinógenas. Podemos constatar isso pela aura negra que
o envolve e também pelo pequeno ponto escuro em suas costas que provavelmente,
revela a presença de um elítrio. Distinguida pela translucidez comum dos
espíritos, verificamos mais uma criatura desencarnada entre os médiuns,
trata-se do espírito de uma mulher com vestimenta cigana, demonstrando um
padrão vibracional exaltado e de certa forma negativo. Ela gira de um lado a
outro como uma louca, atormentada por problemas carnais mal resolvidos que
ainda a mantém prisioneira no mundo físico. Alguns casais de médiuns transitam
de um lado a outro. Pacientes aguardam o momento de serem atendidos
demonstrando uma certa impaciência, enquanto outros discutem seus problemas
pessoais em voz alta acompanhada por encenações extravagantes. Sentada na
mureta da estrela, uma mulher cabisbaixa remoe sua dúvidas isolada pela
introspecção. No entanto, ela não está absolutamente só, percebemos sobre sua
cabeça, a sutil presença de um espírito manipulando, na tentativa de
harmonizá-la.
OS GUARDIÕES
Um detalhe importante que não pode passar
despercebido é a presença desse cavaleiro guardião em pé, ao lado da porta
principal do templo. Isto significa que ao entrarmos em qualquer santuário, que
seja o templo do amanhecer ou não, por uma questão de respeito ao desconhecido
e às forças espirituais ali presentes, é prudente prestarmos reverência. Nesses
lugares sempre existe uma divindade guardiã. Tais presenças, somente reforçam a
necessidade de se respeitar tanto o interior, como a área externa do templo.
Estes guerreiros espirituais são facilmente encontrados nos locais considerados
iniciáticos ou nos pontos de maior fluxo energético. Os espíritos iluminados
estão por toda parte, não agindo como nossos fiscais ou como muitos pensam,
intrometendo em nossa individualidade dia e noite, como uma sombra. Nada disso.
Muitas pessoas pensam que as entidades espirituais estão ao lado delas
constantemente como um escravo a satisfazer-lhes as vontades. Isto não
corresponde à verdade. Se assim fosse, não existiria o respeito ao
livre-arbítrio. Um ser iluminado respeita rigorosamente a individualidade dos
encarnados. Eles não interferem em nossa vontade a menos que permitamos.
Entretanto, como um aviso aos imprudentes ou menos avisados, é importante se
manter sempre alertas pois, os espíritos inferiores ou cobradores como
chamamos, não cultivam o mesmo respeito devotado pelos iluminados, muito ao
contrário, eles não dão a mínima pela individualidade de ninguém, estão sempre
à espreita, aguardando um pequeno vacilo de nossa parte para atacar
impiedosamente e assim, satisfazer seus instintos vingativos. Ao afirmar isso
não procuramos induzir o medo nas pessoas ou aconselhá-las a andar sempre
apavoradas olhando para os lados como alguém abandonado e totalmente à mercê
das forças ocultas. Temos nossas proteções naturais e precisamos confiar em
nossa força interior. Deus foi sábio em tudo, Ele jamais abandonaria seus
filhos nas garras das criaturas alienígenas, ou negativas que habitam os planos
inferiores. Todavia, isto deve servir de aviso aos que vibram no mesmo padrão
dos chamados espíritos cobradores. As pessoas que cultivam a inveja, a
mesquinharia, o instinto de vingança, ou ainda aquelas que estão sempre
preocupadas em prejudicar seus semelhantes, são as vítimas preferenciais dos
habitantes das trevas. Elas devem se precaver porque atuando nesse canal, com
certeza se transformarão em verdadeiros radares na captação das energias
negativas que se reverterão contra elas próprias.
TAPIR, CONEXÃO EXTRA-MATERIAL
Existe uma infinidade de pontos de conexão
astral com os templos do amanhecer tecendo uma verdadeira rede cabalística
vital para o seu bom desempenho e integração com os mundos espirituais. Em
todas as dimensões sempre existe uma espécie de posto avançado onde se pode
fazer um contacto direto através da mentalização. É assim nos planos inferiores
para onde enviamos nossa vibração de amor para auxiliar os que sofrem naqueles
antros de dor e também nos albergues e hospitais espalhados pelo vale das
sombras e Canal Vermelho. Alguns dos postos avançados onde buscamos nossa força
vital são: “Os encantados de Simiromba – A suprema corte – O sono cultural – As
mansões individuais – A legião reencarnatória – As origens – A torre de Marcela
– Pedra Branca e muitos outros. Cada uma dessas centrais ou órgãos superiores
desempenha uma missão ou função específica de importância vital nos planos
espirituais e também para nós, mortais terrestres. Entretanto, nenhum ponto de
ligação é tão importante para a doutrina do amanhecer como a TORRE DE TAPIR. É
de lá que recebemos o sinal verde para iniciar os trabalhos no templo. A prova
dessa ligação física-etérea, pode ser constatada pelo desenho da torre branca
projetando diretamente sobre a pira. – Tapir, Tapir, é a senha de conexão
imediata quando é feita a abertura dos trabalhos nos horários considerados
iniciáticos. Simultaneamente é estabelecido um elo de ligação com este centro
gerador de energia vital. Ao lado da Torre de Tapir, vemos uma forma
multicolorida que se assemelha a um túnel, na verdade ela representa exatamente
o que parece ser, uma enorme entrada interligando os planos dimensionais, ou
seja, trata-se de um portal de desintegração diretamente vinculado ao templo do
amanhecer. É uma espécie de passagem interdimensional utilizada pelos espíritos
para adentrarem nosso mundo material ou vice-versa.
Episódio III
FATALIDADE PREVISÍVEL
A ilustração seguinte nos mostra dois
planos unificados e a representação sistemática de duas cenas absolutamente
antagônicas. Na parte inferior, a colisão de dois veículos em alta velocidade,
configuram, infelizmente, um episódio rotineiro em nossos dias. Estes dois
veículos convergindo para um ponto comum, nos dá a noção exata do que ocorre
quando existe a atuação de forças inferiores manipulando o destino dos
encarnados. O cenário fornece um final previsível. Uma curva fechada, dois
veículos em alta velocidade, o acidente será inevitável, principalmente, porque
o veículo azul, certamente conduzido por alguém bêbado e consequentemente
atuado por duas perigosas criaturas inferiores já tem destino definido. Vemos
sobre o carro de cor azul, dois exus projetando suas energias negativas, e para
completar o quadro tenebroso, na parte inferior da curva, um pequeno grupinho
de espíritos sofredores, já transformaram o local em uma espécie de caverninha
particular devido à grande quantidade de acidentes que ocorrem, gerando com os
desencarnes, os fluidos ectoplasmáticos que eles necessitam para se fortalecer.
Esta espécie de espíritos são criaturas vampirescas que se saciam com o sangue
ou ectoplasma humano. Por esta razão, estão sempre prontos para dar uma
mãozinha na desgraça alheia, influenciando principalmente nos desencarnes
coletivos. Já o veículo vermelho, apesar dele fatalmente ser envolvido na
colisão, existe uma distinção marcante em termos de padrão vibracional de seus
condutores. No caso do veículo azul, dois exus manipulam seus ocupantes. Já
sobre o vermelho, vemos a presença de duas entidades de luz envolvendo-o, mas
não a ponto de evitar a colisão, (o acidente já estava programado para
acontecer). Entretanto, as vidas dos passageiros serão poupadas, o máximo que
sofrerão serão algumas escoriações sem maiores conseqüências.
OVI – OBJETO VOADOR IDENTIFICADO
Acima de toda a situação trágica
envolvendo os dois veículos, percebemos uma forma oval brilhante comandada por
seres com vestimentas espaciais, configurando mais um dos grandes fenômenos dos
mundos etáricos. Trata-se de uma amacê de porte médio utilizada em pequenas
missões interdimensionais ou interplanetárias. Na verdade, existem amacês
gigantescas que podemos considerá-las como Naves-Mãe que comportam dezenas de
pequenos discos voadores denominados de Cassandras. Esta pode ser mais uma
identificação do templo do amanhecer com o astral superior. Em termos físicos,
ele pode ser considerado como a nave-mãe, a grade amacê, os templos externos
espalhados pelo Brasil e futuramente pelo mundo, as cassandras.
AMACÊS E CASSANDRAS
Esse tipo de amacê mostrada na ilustração
é usada para pequenos socorros ou transporte de espíritos recém-desencarnados
necessitados de encaminhamento para os albergues ou hospitais localizados no
Canal Vermelho. Este veículo espacial é o exemplo de uma tecnologia
extremamente avançada. Seus mecanismos sofisticadíssimos são capazes de
transpor o nêutron ou véu interdimensional sem alterar sua estrutura molecular,
que ao ser mantida na sua forma original ou antimaterial, se torna invisível
aos olhos velados dos mortais comuns. Por ser um veículo construído com um tipo
de liga especial ou composição anti-material de características sutilíssimas,
(próprias dos mundos espirituais) ao penetrar em nossa atmosfera ele se torna
invisível aos olhos comuns, no entanto, pode ser visualizado por alguns
privilegiados dotados de poderes estra-sensoriais ou, uma clarividente como Tia
Neiva. Para falar sobre a composição química desses aparelhos ou qual o tipo de
liga é utilizada em sua construção, se é de natureza metálica e
consequentemente extraída de algum tipo de mineral ou, até mesmo de uma meteria
orgânica desconhecida, é preciso ter muito conhecimento não só de química,
física, astronomia e mais uma dezena de ciências que se dedicam às pesquisas
siderais, mas acima de tudo, absoluta convicção da existência de um número
incalculável de formas de vidas diferentes e infinitamente superiores
espalhadas por este fenomenal universo e seus insondáveis mistérios comandados
pela energia racional, que também pode ser classificada como o Grande Útero
(gerador da vida cósmica) ou em outras palavras, Deus – a Inteligência Suprema
que a tudo rege com impecável maestria. Aliás, no dia em que os cientistas
terrestres se convencerem que o universo não é um mero conglomerado de matérias
e energias surgidas ao acaso, através de explosões de estrelas e aglutinações
de partículas afins que supostamente deram origem a tudo o que visualizamos,
com certeza eles avançarão muito na compreensão de alguns mistérios primários
que envolvem a criação de Deus. Quem sabe, terão a graça de entender até mesmo
os verdadeiros porquês de sua própria existência. No caso de permanecerem
prisioneiros de suas teorias primitivas e materialistas por longo período,
somente estarão desperdiçando preciosas frações de tempo que certamente serão
cobradas com juros muito elevados posteriormente.
Episódio IV
LAR-DOCE-LAR
Particularmente, eu classifico a cena
mostrando um lar em perfeita harmonia como uma das mais importantes desse
quadro. É exatamente por se tratar do comum que ela assume proporções
definitivas e reais em nosso cotidiano. Na atual conjuntura, um ambiente familiar,
ou melhor, um perfeito e harmonizado ambiente familiar, está se tornando cada
vez mais difícil de ser encontrado. O mostrado na ilustração reflete o que
podemos chamar de lar-doce-lar, fato que por si só o torna especial e abençoado
em todos os sentidos. Sabemos que o lar é a base de apoio de todo e qualquer
ser humano. Se um homem não tem paz em sua própria casa, com certeza ele não a
encontrará em parte alguma. Para ser um vencedor, o homem precisa ter uma
sólida estrutura familiar onde ele possa obter a ressonância positiva ideal
para suas realizações. Esta ressonância só flui de um ambiente perfeitamente
harmonioso, um lar onde a felicidade é cultivada com habilidade e adubada
diariamente, tornando-se dessa forma, um verdadeiro templo para abrigar os
espíritos iluminados.
VISITANTES ESPECIAIS
A ilustração nos dá a noção exata de como
deve ser um ambiente familiar. Todos cultuando o verdadeiro amor fraternal ou
incondicional e por isso mesmo, sendo agraciados com as presenças de entidades
de luz que podem ser observadas em vários lugares entre os encarnados. Isso
mostra a importância de se manter um ambiente sem xingamentos, adultérios,
desordens, drogas, álcool, gritarias e discussões. Em um ambiente livre desse
tipo de desavença, a visita dos emissários de Deus passa a ser uma rotina muito
natural. É importante não confundir essa visita rotineira como uma espécie de
policiamento, nenhuma entidade de nível superior vive nos vigiando ou
interferindo em nossa liberdade. Eles só se manifestam quando são devidamente
solicitados. Podemos classificar esse tipo de atitude como respeito ao
livre-arbítrio. Em contrapartida, imaginem o oposto, um lar onde se discute por
pequenas coisas, cultiva a discórdia, só se comunica aos gritos sem dar chance
para o diálogo, xinga, bebe, fuma, pratica atos desrespeitosos. Neste lar, com
certeza os visitantes serão outros e com certeza o transformarão na extensão do
próprio inferno.
LAÇOS ETERNOS
Neste ambiente de harmonia familiar, vemos
o espírito de uma dama com vestimenta antiga, provavelmente, uma parente
distante mantendo vivos os laços afetivos através dos tempos. Em canto da sala,
um casal de ciganos representam a diversificação das várias encarnações e
situações experimentadas pelo ser humano no decorrer dos tempos e das
reencarnações. Aparentemente isolado pelos demais, sentado no sofá, cabisbaixo,
destoando da alegria geral, vemos um homem que apesar de seu estado de espírito
ou padrão vibracional divergir do geral, ele não chega a comprometer o ambiente
porque recebe a assistência de uma entidade que sutilmente manipula sua aura.
Enquanto isso uma moça sentada ao piano, contagia o ambiente com sua música
muito bem inspirada por uma frágil forma etérea que praticamente se confunde
com os próprios mantras. Os outros integrantes da família proseiam
descontraidamente, mas com moderação, sem exageros ou gargalhadas
extravagantes, sem muita gesticulação, alegres, mas sempre procurando manter o
nível vibracional em alta. Pelas notinhas musicais flutuando e se confundindo com
os espectros em vários pontos da sala, percebemos a importância da música para
ajudar na harmonização de uma ambiente. Aliás, não só a música, mas a arte de
uma forma geral, as artes cênicas e principalmente as artes plásticas. Nada
melhor que uma música suave e um incenso aromático para ajudar na concentração
e busca do perfeito equilíbrio, tanto pessoal como do próprio meio em que
vivemos.
Episódio V
OBSESSÃO FATAL
Radicalmente, vamos mudar para uma cena
muito banal em nossos dias, infelizmente. Presenciaremos uma briga entre um
casal de namorados ou talvez marido e mulher em uma praça pública. Ela,
fragilizada pelo próprio padrão negativo, revela desequilíbrio emocional.
Enquanto ele demonstra total controle da situação direcionando-lhe seu ódio em forma
de vibração. O clima de obsessão é confirmado pela presença de um espírito
sofredor projetando sua corrente negativa e mais a vibração de ódio do próprio
parceiro, é uma carga pesada demais para a pobre mulher que em desespero, com a
mão na cabeça, demonstra estar à beira de um ataque de nervos. Pela aura escura
que envolve os dois, percebemos que ambos estão em péssimas condições
psicossomáticas. Ele, de braços cruzados, mirando-a com a expressão carregada
de ódio, vibra violentamente sem a mínima piedade. O pior é que ele forma uma
parceria arrasadora com um espírito oportunista todo atrofiado pela cortina
interdimensional. O quadro mostra a situação deplorável de uma pobre mulher que
é vítima de uma violenta ação conjugada (espírito-encarnado) que fatalmente a
levará à demência, ou na pior das hipóteses, ao suicídio. Se depender da
vibração e vontade de seus obsessores, com certeza ela não terá outro destino,
a menos que tenha muita força interior e fé em Deus para reverter sua situação.
Uma mancha escura pouco abaixo de onde ocorre o fatídico caso de obsessão,
revela a presença de uma caverna cheia de olhinhos vermelhos de seres
inferiores que sobrevivem na negritude do vale das sombras de onde conseguem
atuar sobre aqueles encarnados receptivos, ou que estejam vibrando no mesmo
canal negativo ou que por vacilo esqueceram a guarda aberta. Completando o
cenário, a poucos metros do casal infortunado, vemos uma cena totalmente
oposta, um outro casalzinho em perfeita harmonia cultua o amor e consequentemente
é envolvido por uma aura clara com leves nuanças azuis. Não detectamos a
presença de nenhum foco de energia negativa a envolvê-los e muito menos a
presença de um espírito sofredor ou alguém vibrando negativo. Infelizmente,
existem números incalculáveis de espíritos vagando em nosso sistema físico, sem
qualquer tipo de orientação, regidos unicamente por seus instintos ainda presos
ao magnetismo das coisas materiais. São aquelas criaturas extremamente apegadas
aos bens materiais que, por não aceitarem o desvinculo carnal, continuam
presentes em nossa dimensão como se estivessem vivas, muitas das vezes
obsediando os parentes ou amigos. Rompendo o véu dimensional, vemos um cenário
que revela não uma caverna, mas um plano não muito evoluído onde grandes falanges
de espíritos dispersos ou perdidos em sua própria individualidade vagam como
plumas levadas pelo vento, sem destino definido e nem mesmo um delicado filete
de energia positiva onde possam se apegar. Como essa, existem legiões e mais
legiões de seres espirituais que vagam perdidos pelos vales negros do
esquecimento, esperando, quem sabe, numa feliz fração do tempo sem tempo que
define o eterno, serem agraciados com uma mão estendida, disposta a
encaminhá-los até um albergue ou hospital de recuperação, para a partir daí,
iniciarem a longa jornada evolutiva que poderá levá-los, (caso façam por onde)
aos mais elevados graus da evolução onde vivem os grandes iluminados. Isolados
no plano inferior, outro grupinho de espíritos errantes, não contemplam a
mínima esperança de uma dia evoluírem porque estão muito ocupados ruminando
suas mágoas e frustrações. Nessa dimensão de agonia e dor, as noites são tão
frias e escuras que se assemelham muito com a própria alma de seus habitantes.
São longas noites que, de acordo com o padrão vibracional de cada um, se tornam
mais e mais frias e escuras. Quanto mais pesado for o padrão vibracional, mais
escura. Em alguns casos, as trevas são tão densas que podem ser apalpadas. É
quando elas se tornam uma espécie de sepulcro daqueles que não alimentam mais
nenhum tipo de esperança.
Episódio VI
OS FANTOCHES
Um bom exemplo de como atua um obsessor, é
esta cena. Vemos um homem totalmente atormentado se contorcendo aos berros como
se milhares de agulhas estivessem atravessando sua carne. Quando se atinge este
estagio, fica muito difícil a recuperação do obsediado porque ele já se
entregou ao obsessor. É quando entram em cena os chamados socorristas ou
emissários de Deus atuando na lei do auxílio. É exatamente um desses iluminados
que vemos aqui, projetando seus raios curadores sobre o sofredor encarnado.
Apesar de vermos os dois no mesmo plano, o paciente se encontra no mundo
material e envolvido por essa pesada atmosfera negra, o socorrista ou entidade
de luz executa sua tarefa do lado anti-material. Por várias razoes a situação
desse indivíduo é tremendamente complicada para ser revertida. O principal
motivo é que todo o seu sistema de coordenação mental está afetado ou bloqueado
para que ele possa pedir ajuda. O outro agravante diz respeito à própria lei do
livre arbítrio. Sabemos que o respeito à individualidade do ser é absoluto para
uma entidade de luz. Ela jamais interfere na individualidade de alguém sem que
haja uma abertura ou busca natural. Quando se necessita da ajuda de Deus, é necessário
buscá-lo com fé, estabelecendo um canal de amor e verdade interior. Se alguma
entidade se manifesta sem que seja solicitada, de certa forma ela estará
violando a individualidade ou a própria lei universal do livre-arbítrio. O ser
humano é livre para trilhar o caminho que ele bem entender desde que se julgue
em condições de responder pelos seus próprios atos. O procedimento mais
acertado no campo do auxílio é saber se o necessitado deseja realmente ser
ajudado (respeito ao livre-arbítrio). Em muitos casos, o grau de desespero é
tanto que ele se bloqueia em sua própria individualidade e passa a rejeitar
qualquer tipo de ajuda, nesses casos, ele pode terminar nas garras dos
espíritos inferiores que são criaturas oportunistas que não cultivam qualquer
tipo de respeito pela individualidade de ninguém. O espírito inferior está
sempre a espreitar suas vítimas, aguardando o momento certo para atacá-las e
arrastá-las para seu antro de agonia e dor. Aqui temos um caso especial onde o
sofredor encarnado recebe ajuda de um espírito iluminado sem que tenha havido
uma solicitação porque ele, a vítima, já ultrapassou o limite da consciência e
não tem mais condições de coordenar sua vontade. Sua condição é de penúria
absoluta. Nesses casos, a entidade missionária tem plena autonomia para decidir
em que ponto ou situação deve ou não interferir no auxílio ao necessitado. A
situação dele não é o que podemos considerar como de fácil solução por motivos
óbvios, percebemos que seu corpo está totalmente envolvido por esta aura negra,
revelando seu baixo nível vibracional consequenciado por uma grave debilidade
orgânica, caracterizado por uma doença física ou, denunciando claramente que
ele está sob o efeito maléfico das drogas e não tem condições de lutar em sua
própria defesa. Este caso se diferencia do anterior somente em quem está
projetando. Aqui, o receptor se encontra numa situação de certa forma,
ridícula. Vemos que ele executa uma série de mímicas estranhas próprias de um
demente. Na realidade ele está sendo atuado por este espírito inferior que o
obriga a fazer esses malabarismos ridículos como se ele fosse um fantoche. É
mais uma prova do poder de um obsessor sobre um encarnado desequilibrado.
Infelizmente, ninguém está livre desse tipo de situação, basta vacilar, perder
a auto-confiança, relaxar a guarda ou se deixar dominar pelos vícios,
abandonando o controle das próprias rédeas, cultivar os pensamentos negativos
ou perder o amor pela vida. O pior é que muitas das vezes as criaturas
inferiores se mostram tremendamente sedutoras e são capazes até mesmo de
assumir roupagens falsas para atrair suas vítimas. Este indivíduo, por exemplo,
é o retrato fiel do que estou falando. Deixou-se levar pelas drogas e se tornou
uma presa fácil nas garras dos espíritos inferiores que só pensam em destruir
suas vítimas, sugando os fluídos alucinógenos que exalam de seus corpos. Muitos
espíritos perseguem os alcoólatras para sugar os fluídos do álcool que exalam
de seus organismos como se fossem uma espécie de vampiros do vale das sombras.
Não sei qual o tipo de vicio que domina este homem, mas a verdade é que ele
está tão obsediado que consegue sentir em seu corpo físico, todos os sintomas
emitidos pelo obsessor, executando seus gestos fielmente e transformando-se em
motivo de chacota para quem presencia. Aqui, praticamente o espírito do
obsessor já se integrou ao corpo físico do encarnado, assumindo toda a sua
coordenação motora e psíquica, percebemos isso pela aura negra que envolve
tanto um como o outro. Este sentadinho ao lado está envolvido no mesmo padrão,
sua postura é semelhante à postura do obsessor. Estes casos normalmente
terminam em demência ou em situações extremas como o suicídio. Por falar em
suicídio, quando alguém atenta contra a vida física a ponto de extingui-la, matando-se
prematuramente, a situação do espírito se torna traumática porque ele é
confinado na dimensão dos esquecidos até que se cumpra o tempo em que deveria
permanecer encarnado. Para que ele se liberte desse estágio infeliz antes que
se cumpra o tempo determinado, só mesmo com o amor de Deus refletido no
trabalho árduo de seus emissários sagrados que não medem esforços para salvar
uma alma perdida e encaminhá-la à evolução.
CONFORMISMO E COBRANÇA
Esta é uma ruazinha parecida com muitas
que conhecemos por aí. As cenas que presenciamos, também não são incomuns. Um
cidadão solitário manquitolando, se apoia em sua bengala mostrando resignação
com seu carma ou com a própria condição que a vida lhe impusera. Mais adiante,
presenciamos outra cena comum, um casal discutindo acirradamente em plena via
pública indiferentes ao local em que se encontram ou às pessoas que passam. É
claro que não dá para saber qual o motivo da discussão e muito menos ouvir o
que estão falando, mas pela aura enegrecida que os envolve, sabemos de antemão
que não se trata de coisa boa. Com certeza estão sofrendo a atuação das forças
inferiores.
MOMENTOS DE INCERTEZAS
Todos nós temos consciência sobre o grande
poder que os planos inferiores exercem sobre o mundo físico, principalmente com
os fluídos negativos gerados pelas guerras, promiscuidade, doenças, fome e toda
espécie de instintos inferiores que temos liberado sem a mínima consequência.
Tudo isso gera a energia vital para que os grandes encouraçados criem entre
nós, o ambiente propício para suas atuações e, se a coisa continuar nesta mesma
toada, com certeza muito em breve presenciaremos em pânico, seus atos de
materialização. Por isso, faz-se necessária muita cautela e perseverança, algum
conhecimento sobre os mecanismos espirituais e, principalmente, muita fé em
Deus e determinação para que possamos vencer os grandes obstáculos que
certamente se erguerão em nosso caminho num futuro muito próximo. Os valores
humanos estão sendo subjugados e a ambição se alastra perigosamente,
individualizando os homens a ponto deles se digladiarem na defesa de seus
interesses mais banais. A vida do semelhante para muitos vale quase nada,
principalmente quando está em jogo, o prestígio, a posição social, o dinheiro
ou o instinto de sobrevivência animal. Dizer que é necessário mudar sem demora,
é inútil porque todos têm consciência disso. Acredito que o momento é de ação e
poucas palavras.
A GRANDE VIAGEM
Após tomarmos conhecimento sobre as
implicações e influências exercidas pelos seres espirituais sobre nossa
dimensão material, romperemos o véu inter-dimensional e mergulharemos na
negritude infinita do desconhecido, empreendendo uma insólita viagem através do
tempo e espaço até atingirmos o chamado mundo dos espíritos. Iniciaremos nossa
jornada pelo chamado vale das sombras, região habitada por espíritos
considerados como a escória dos planos inferiores. Seres sem nenhum
esclarecimento e suas legiões de vítimas escravizadas. Nessa dimensão
encontraremos de tudo o que representa a degradação moral do ser, desde
infelizes que não tiveram a sorte de receber qualquer tipo de orientação sobre
a vida após a morte antes de desencarnarem, até perigosos demônios que vivem a
espreitar suas vítimas com o propósito sórdido de subjugá-las até a destruição
total. São exatamente as criaturas que tanto dano tem causado aos encarnados do
planeta Terra, principalmente, os mais influenciáveis, ou aqueles inseguros e
pessimistas que de uma forma ou outra, acabam sendo envolvidos por seu inegável
poder de persuasão.
Episódio VII
SOB A LUZ DO LUAR
UMBRAL significa limiar, entrada. Na
literatura espiritualista, define um plano inferior ou uma das extensões do
vale das sombras, um lugar denominado como ANODAI porque se caracteriza em
eternas e melancólicas noites de luar. É um lugar situado numa dimensão
paralela isolada por uma camada magnética que impede a passagem da luz solar.
Esse plano inferior é provavelmente um dos mais próximos da crosta terrestre e
por isso mesmo, o que exerce maior influência sobre nós. Devido a essa proximidade,
seus habitantes, poderosas criaturas milenares podem influir diretamente no
destino dos encarnados terrestres, prejudicando-os e criando o ambiente
propício para concretizarem suas ações demoníacas. Ao criar ambientes erguidos
à base dos fluídos magnéticos gerados pelas guerras, promiscuidades, miséria,
incompreensão, desamor, traição e muito outros estágios que representam a
decadência humana, estamos trabalhando contra nós mesmos, preparando o terreno
para muito em breve, propiciarmos estranhas e grotescas materializações entre
nós sem a menor cerimônia. Quando isso ocorrer, certamente será dado um largo
passo para que os demônios que habitam os planos inferiores atinjam seus
intentos, implantando seus impérios em nosso plano material para dessa forma,
dominá-lo literalmente. É claro que tudo isso só acontecerá se o homem
continuar nessa saga infeliz de auto-destruição, se distanciando cada vez mais
de Deus e cedendo sua energia vital para fortalecê-los. Portanto, é necessário
que assumamos o leme desta nau planetária o quanto antes ou sofreremos as
consequências de nossos atos impensados, levando-a ao naufrágio.
VALE DAS SOMBRAS
O dantesco cenário que estamos vendo,
caracteriza-se pela morbidez de seus habitantes e pela paisagem sem vida onde
as formas são retorcidas como galhos secos e o que era para ser vegetação,
lembra o musgo ou algo pegajoso como a baba de uma fera acuado. As rochas
parecem esculturas de animais fossilizados ou algo que lembre criaturas
atrofiadas há muito já sem vida. É um cenário deprimente no sentido amplo da
palavra. Tudo aqui lembra o infortúnio, o sofrimento eternizado pela angústia
de infelizes que não vislumbram mais qualquer sinal de esperança. A própria
amorfia do lugar sugere a mais profunda tristeza e isolamento do real. Apurado
um pouco mais o sentido observador, percebemos que de pequenas fendas nos
imensos rochedos recobertos pela fuligem milenar, exalam odores de algo
necrosado ou provavelmente do próprio mofo que se estende pelas paredes das
cavernas e se densifica numa delicada fumacinha esbranquiçada que se perde na
pesada atmosfera, velando a paisagem lúgubre com uma espécie de nevoeiro mal cheiroso
e agourento. Das galerias naturais ecoam gemidos estranhos de seres já
bestializados pelo sofrimento e dor, comum aos que já perderam a própria razão
da existência. Para nossos padrões definidos de paisagem, esta região é
caracterizada pela incognoscível amorfia do irretratável, entretanto, sua força
é misteriosamente envolvente e até mesmo o lodo podre que tapeteia as negras
cavernas, parece possuir vida. Aliás, trata-se de um tipo de vida sim, vida de
seres que se atrofiaram na maldade de tal forma, que, com o passar do tempo,
foram perdendo suas características anatômicas ou racionais até se
transformarem nessa coisa indefinida que geme pelas frias e escuras câmaras
mortuárias.
SOCIEDADE DE DEMENTES
O quadro que nos é mostrado lembra um lago
repleto de espectros cabisbaixos como se fossem almas penadas vagando em câmara
lenta, sem destino definido, sem esperança, é o retrato fiel da desilusão. O
que parece ou deveria ser água, onde as criaturas se banham, possui uma
densidade esverdeada como o lodo ou um tipo de lama que fornece algum tipo de
energia ou prazer. Pelo visto, esse lago lodoso exerce muita influência ou
poder magnético sobre essas almas, elas o buscam como o sedento que após uma
longa jornada, finalmente encontra uma fonte de água fresca. É interessante
notar que essa sociedade inferior e hostil se aglutina nesse local como se
fosse para continuar coexistindo e de certa forma, somando forças para se
defenderem ou fugir do jugo dos mais fortes que tentam a todo custo,
transformá-los em escravos. É a clássica comprovação de que aqui, realmente
impera a lei do mais forte. Voltando aos detalhes paisagísticos do local,
deparamos com um imenso portal formado por blocos de pedras sobrepostas, de
onde jorra relativa quantidade do tal líquido esverdeado como se fosse uma
cascata. As pobres almas penadas se amontoam em baixo da bica para se abastecer
de sua energia vital. De uma das afluentes que deságua nesse lago, surge uma
canoa transportando mais um grupo de espectros que pela aparência, demonstram
grande debilidade e mal conseguem se mover, parecem muito doentes.
Provavelmente, recém-desvinculados de seus corpos físicos que tiveram este
inferno dantesco como destino. Outros seres vagam sem rumo como se nada de
importante pudesse acontecer em suas existências eternizadas pelo sofrimento.
Parecem autômatos sem nenhuma inspiração racional. Tudo aqui revela a dor, o
sofrimento de quem optou pelas trevas ao administrar mal o seu livre-arbítrio.
À direita, na parte superior formada por um nebuloso teto densificado por algum
tipo de matéria mineral que encorpa algo semelhante a um imenso rochedo, vemos
uma espécie de fenda de onde surge uma luz fria e clara como se fosse de néon.
Parece um posto de observação ou sala de onde controlam toda a movimentação e
ao mesmo tempo se assemelha a uma passagem inter-dimensional ou portal de
desintegração. Na parte inferior do lago, vemos duas figurinhas que se distoam
totalmente dos demais por dois fatores, o primeiro: é a aura negra que os
envolve, o segundo: suas posturas introspectivas e atitudes extremamente
agressivas consigo mesmo, como se quisessem se autocastigar. O mais
interessante, é que apesar de estarem no meio de uma pequena multidão, els
parecem isolados, os demais fingem não vê-los, mostrando-se absolutamente
indiferentes, provando que neste lugar, definitivamente não há solidariedade.
A PRESENÇA DE DEUS
Apesar da situação deprimente observada em
cada detalhe desse campo de concentração espiritual, observamos presenças
dotadas de grande beleza, postadas como guardiãs em locais estratégicos de onde
possam controlar cada movimento dessas criaturas. Pela postura de alerta eles
parecem sempre preparados para interferir caso haja um ataque dos conhecidos
bandidos do espaço. São os cavaleiros e missionárias designados para manter a
ordem nesse lugar. Suas vestimentas se assemelham à dos centuriões romanos com
suas lanças reluzentes em uma das mãos e uma espécie de rede magnética na
outra. Acompanhando esses guerreiros a serviço das causas fraternais do amor incondicional
nesse antro de penitencias, vemos corajosas mulheres vestidas não como
guerreiras, mas belíssimas princesas exibindo longos vestidos e capas
multicoloridas. Apesar dessa aparente fragilidade, são verdadeiras missionárias
dispostas a enfrentar qualquer tipo de barra para defender um necessitado,
esteja ele onde estiver, até mesmo nas terríveis cavernas onde os perigosos
espíritos inferiores fazem seu alcouce particular. É sem dúvidas um feliz
contraste de beleza exuberante nesta dimensão onde predomina a fragilidade e
deformidade dos espíritos sofredores. Outro componente destoante neste cenário
inferior é um poderoso foco de luz, que resplandece no horizonte tingindo por
uma fraca tonalidade amarela, como se “fosse” o por do sol sem seu brilho natural.
Como a estrela da manhã, esta forma resplandecente representa a esperança, a
bem aventurança numa dimensão onde só existe o sofrimento e a desilusão, o
rancor e a discórdia. Como o farol a guiar o navegante na escuridão da noite,
esta luz espalha seus raios prateados de esperança sobre os desiludidos num
constante chamamento à razão. Trata-se da presença Divina ou “A PRESENÇA DE
DEUS” entre estes que se excluíram no mal uso do livre-arbítrio. É o sinal de
que Deus está presente em toda parte, até mesmo neste lugar onde parece que Ele
já foi totalmente esquecido.
INCONFORMISMO SEM CAUSA
Protegido por nossa privilegiada condição
de observador, destacamos um pequeno ponto desta imensa e lúgubre região
denominada como umbral. Este é o início de uma longa jornada pelo vale das
sombras, onde certamente, nos depararemos com situações deprimentes e
impossíveis de serem concebidas pela mente humana comum e ofuscada por seus
pequenos problemas carnais. Partindo do princípio de que tudo tem seu lado
positivo, este será um bom exemplo do que é realmente o sofrimento para os que
ainda se encontram encarnados e que, por qualquer tropeçozinho começam a se
maldizer e a taxar tudo como uma cobrança injusta. É a chance de
auto-retratação para os que ainda não aprenderam a valorizar a riqueza que o
Criador colocou à sua disposição aqui na Terra e que muitas das vezes,
impensadamente chegam a classificá-la como um planeta dos reajustes. É a grande
oportunidade para se fazer uma avaliação do que é realmente o sofrimento. Só mesmo
deparando com a desgraça alheia para se auto-retratar e descobrir o quando
somos injustos com tudo o que Deus nos oferece sem nada pedir em troca.
Episódio VIII
QG DOS FALCÕES
Mudando de cenário, mas ainda no vale das
sombras, deparamos com um lugar sombrio onde até as cores mortas revelam o peso
do ambiente. Neste imponente castelo medieval funciona uma espécie de alto
comando dos planos inferiores. Aqui, estão confinados os mais terríveis
controladores desta região. Cabeças poderosas, mas infelizmente, voltadas para
o mal e a destruição de seus semelhantes ou subordinados. Estes seres
bestializados, apesar de serem mantidos prisioneiros nesta fortaleza erguida
sobre pedras, conseguem controlar boa parte dos habitantes desta dimensão e
também fora dela. Eles nos fazem lembrar nosso mundo físico, onde os bandidos
mesmo atrás das grades nas penitenciárias de segurança máxima conseguem
controlar o tráfico de drogas nas favelas sem nenhum constrangimento. A
diferença é que aqui os poderosos bandidos do espaço, ao invés das drogas,
controlam a mente de seus comandados, escravizando-os e submetendo-os às mais
cruéis condições existenciais. Neste castelo medieval, estão confinados os
espíritos daqueles homens que se destacaram na maldade quando estiveram encarnados
em nosso planeta. Foram grandes generais, líderes religiosos, cientistas,
governantes, ditadores e toda casta perversa que desencadeou a desordem em seu
meio, muitas das vezes, provocando o desencarne coletivo no comando de guerras
insanas, usando a desgraça alheia para saciar seus instintos bestializados
altamente destruidores. Hoje, desencarnados, estes mesmos homens em suas
roupagens espirituais continuam sua saga malévola só que, agora, recrutando
almas para seus exércitos zumbis. Considerados como verdadeiros “FALCÕES”,
estes seres são tão arraigados na maldade, que certamente, jamais reverterão
esta condição e sempre lutarão pelo comando, mesmo que seja de um bando de
almas-penadas. Para eles, não existe ninguém superior, eles se consideram os verdadeiros
deuses nesse meio decadente, tendência que jamais permitirá que se prostem
diante do Deus gerenciador dos universos, Criador de todas as coisas. Na
realidade, estes seres não passam de criaturas repugnantes ou verdadeiros
demônios a serviço das trevas. Infelizmente, para nós pobres mortais,
tremendamente influentes e poderosos, tanto em seu reino de trevas, como em
nosso plano material. A prova disso é que eles continuam controlando as mentes
de políticos, de cientistas, líderes religiosos, líderes sindicais e muitos
outros que exercem alguma influência coletiva. Nesta cena, vemos grupinhos
deles passeando tranquilamente pelos jardins da fortaleza. Certamente,
maquinando algum tipo de maldade e escolhendo a hora e o local para aplicá-la
sobre os espíritos inferiores e já escravizados ou sobre os humanos que se
prestam a seus serviços e vontades. Este instinto que nós humanos cultivamos do
forte sempre dominar o fraco, parece mesmo coisa dessa dimensão infernal, é uma
espécie de reflexo de lá. Entretanto, precisamos reverter esta tendência
urgentemente e adotar o princípio de que o mais forte deve sempre estender a
mão ao mais fraco para auxiliá-lo.
LIBERDADE CONDICIONAL
É importante notar esta pequena cerca
amarela contornando o castelo. É claro que aqui ela é um simbolismo, na
realidade, trata-se de uma poderosa cerca magnética que impede a fuga dessas
criaturas. Se por acaso isso ocorresse, certamente seria o caos, não só para os
planos espirituais inferiores como também para nós encarnados. São os mecanismos
naturais criados por Deus para minimizar ou proteger os mais fracos das ações
insanas dos mais poderosos. Outro detalhe interessante sobre estes vilões é
que, eles são criaturas milenares confinadas através das eras. Muitos ainda
conservam grande poder, outros aos poucos vão perdendo a capacidade de se
auto-sustentar e são substituídos pelos mais jovens. É claro que não se trata
de um escalonamento natural, há muita disputa pelo poder. Os que são subjugados
acabam isolados em algum canto cavernoso e iniciam um longo e doloroso processo
de definhamento até se transformarem em um amontoado de lodo podre nas
sub-câmaras deste mausoléu. O pior é que eles não conseguem se extinguir de
vez. Continuarão neste estágio deplorável até quem sabe, um dia serem
submetidos ao julgamento de Deus. – O espírito é uma energia inextinguível.
SUB-SEDES
Observando mais detalhes deste cenário,
vemos ao fundo outro castelo, onde concluímos que se trata de um condomínio do
alto comando dos planos inferiores. Vestidos a caráter, smoking, cartola e
bengala, como um catedrático do século XV, eles comprovam que continuam com a
mesma mentalidade de eras passadas, defendendo a ortodoxia que infelizmente
ainda presenciamos em algumas partes de nosso planeta até hoje. Mostra também
que a evolução entre eles não existe. Atingiram o estágio da estagnação
absoluta. Continuando a descrição deste cenário pesado e sombrio, vemos nuvens
escuras e espessas se movimentando lentamente em um céu que mais parece uma
abóbada vítrea a limitá-lo. O próprio peso do ambiente é suficiente para inibir
a presença e ofuscar o brilho de uma enorme lua que parece ser o único toque de
beleza singela contrastando com a morbidez deste plano inferior.
FRÁGIL LUZ NA ESCURIDÃO
Fugindo um pouco do antro perverso dos
falcões, fora da cerca magnética que os aprisiona, vemos uma cena simplesmente
singular, totalmente destoante do resto, tendo como ponto de separação
unicamente a cerca e algo parecido com um lago. Se estivéssemos em um deserto,
certamente classificaríamos a visão como um oásis ou algo semelhante. Trata-se
de uma paisagem que dada a localização e as circunstâncias, pode ser
considerada como destoantemente bela e muito tranqüila. Vemos arvores, flores,
grama e um casal de espíritos pastorando um pequeno rebanho de ovelhas ou algum
animal parecido. É uma cena tipicamente terrestre. Isto nos confirma uma
realidade até certo ponto confortante. Mesmo em um plano inferior como o vale
das sombras, pode ser encontrada paisagem refletindo grande beleza e até harmonia.
Porém, um detalhe importantíssimo que deve ser observado, é que aqui, não foi
encontrada a bela e reluzente estrela reveladora da presença de Deus, ou, a
estrela denominada como: “PRESENÇA DIVINA”, aqui, Deus parece não estar
presente, pelos menos de forma visível como nas cenas anteriores.
Episódio IX
OS “SEM ESPERANÇA”
Mudando de quadro, sem contudo mudar de
padrão vibracional, porque na realidade ele continua baixíssimo, vemos um
cenário parecido com uma região após ser totalmente devastada por um terremoto
ou consumida pelo fogo. Trata-se de mais uma das extensões do vale das sombras.
Um plano povoado por espíritos nômades, marcados pela miséria e absoluta falta
de perspectiva. São seres pobres em tudo, de evolução, de esperança, de força
interior para buscar auxílio nas camadas superiores, de vibração. São espectros
caracterizados pela insanidade mórbida dos excluídos. Excluídos pela própria
cegueira do desconhecimento e mau uso do livre-arbítrio. Excluídos pela falta
de humildade e amor próprio. Por ignorarem o poder de Deus. Ignorarem a ponto
de não perceberem sua presença na forma de um grande olho luminoso, a bela
estrela matutina que convencionamos chamar de “Presença Divina”. São criaturas
tão atormentadas que mal percebem que ainda existem. Sobrevivem como zumbis a
vagar de lado para o outro até caírem nas armadilhas preparadas pelos chefões
dos planos inferiores. Apesar de tudo isso, esses seres ainda podem contar com
o auxílio de alguns missionários que são verdadeiros guerreiros na defesa de
seus interesses. Não vemos nenhum deles no meio dessa multidão, mas com certeza
estão a postos caso sejam solicitados ou de braços abertos nos albergues ou
casas transitórias como a que vemos recortando o horizonte a poucos metros de
distância. Esses pontos de apoio servem para prestar os primeiros socorros aos
necessitados e a partir daí, encaminhá-los para os grandes hospitais situados
no Canal Vermelho. Esses albergues serão vistos em vários pontos dessa dimensão
inferior. Um detalhe importante que não pode passar despercebido é esta luz
projetada sobre o albergue. Ela parece romper o pesado teto atmosférico,
criando um invólucro protetor de energia e ao mesmo tempo estabelece um canal
inter-dimensional com outros planos. Outro detalhe interessante nesse lugar é
este espírito feminino flutuando envolvida por uma nuvem branca, indiferente a
qualquer tipo de perigo. Evidentemente, a nuvem branca funciona como uma redoma
ou camada de energia que a protege de um possível ataque dos bandidos do espaço
e também da impregnação negativa que infesta este antro de dor e sofrimento.
Pelo que podemos perceber, ela está vistoriando o lugar como uma guardiã e ao
mesmo tempo, atenta para o caso de surgir uma urgente solicitação de ajuda.
Episódio X
PESCADORES DE ALMAS
Falando ainda sobre os espíritos
missionários, vamos subir um pouquinho por este canal para presenciarmos de
perto, como agem esses guerreiros do espaço. Aqui está um casal de missionários
lançando sua rede magnética sobre uma caverna e recolhendo um grupo de
espíritos inferiores como se fosse um cardume de peixes. Nesse caso específico,
pode-se dizer que eles estão interferindo na vontade dessas criaturas ou
violando seu livre-arbítrio. Isto é um fato, entretanto, aqui, foi necessária a
interferência dos guardiões para preservar a integridade desse outro grupo de
sofredores indefesos que já haviam sido aprisionados pelos bandidos. Podemos
vê-los apavorados e encantoados nessa caverna escura. Este caso de
interferência dos guardiões na caverna deixa claro que o livre-arbítrio existe
somente quando não se quebra normas ou leis. Quando alguém espiritual ou
encarnado ultrapassa indevidamente os limites do próximo, automaticamente ele
está se sujeitando às leis do lugar. Sobre o destino dos espíritos rebeldes aprisionados,
eles serão levados para um lugar seguro onde poderão se submeter a tratamentos
especiais de recuperação ou no caso de rejeição, serem mantidos fora de
circulação por tempo indeterminado para preservar a integridade dos mais fracos.
COLÔNIAS ESPIRITUAIS
Aproveitando a companhia do casal de
missionários, vamos fugir um pouco do vale das sombras para melhorar o astral e
conhecer algumas colônias espirituais denominadas como origens. Na verdade,
esses povoamentos lembram os grandes condomínios da Terra. Esta colônia, por
exemplo, é bem parecida com a anterior no que diz respeito a ruínas e
devastação. A diferença marcante está no tipo de arquitetura e postura de seus
habitantes que se assemelham muito à civilização grega, principalmente na
maneira de se vestir. Reunidos em grupos, proseando alegremente, eles
demonstram fortes vínculos familiares, o que nos permite afirmar que se trata
de espíritos com um grau razoável de esclarecimento ou evolução. A deduzir pelo
aspecto arquitetônico, ainda percebemos algum vestígio da Roma antiga que nada
mais foi que uma cópia dos gregos. Em seu apogeu, quando os romanos se
consideravam os donos do mundo, o que eles mais aproveitaram em seus saques
após derrotarem as nações, foram as obras de arte, o que inclui a arquitetura.
Uma vez que a Grécia foi o celeiro cultural do planeta e caiu sob o jugo dos
romanos, vemos nessa pequena origem, a forte influencia desses dois povos
terrestres. Descrevendo parcialmente esta cidade astral, vemos a cúpula de uma
catedral ou torre de um palácio de onde um pequeno grupo observa a movimentação
no que parece ser uma praça. Ao lado, enormes colunas sustentam a fachada do
que parece ser o edifício principal onde, espalhados na escadaria que serve de
arquibancadas, alguns homens e mulheres discutem amigavelmente assuntos banais,
exatamente como ocorre em nosso meio físico em um final de tarde de domingo. Em
frente, duas enormes colunas remanescentes de algum edifício importante, agora,
lembram somente um velho portal prestes a desabar. Ao fundo, alguns espíritos
enfileirados se encaminham para um grande edifício ao pé de uma grande montanha
escura. Pela afluência de espíritos e tipo de construção, imaginamos que se
trata de uma faculdade ou talvez um hospital.
O CANAL DA ESPERANÇA
O Canal Vermelho é uma espécie de dimensão
intermediaria onde se encontram os grandes hospitais para recuperação dos
espíritos que ali chegam oriundos da Terra ou das dimensões inferiores. Neste
plano também encontraremos os albergues dirigidos por importantes missionárias
a serviço do amor incondicional como Irmã Lívia, Nana e muitas outras, ou ainda
as faculdades onde os espíritos recebem os ensinamentos para se adequarem à
nova vida ou se preparar para futuras missões junto aos necessitados. São
planos e sub-planos que vão desde os mais atrasados até os de maior evolução
onde encontraremos os responsáveis por sua governabilidade. Nesta dimensão, a
dor e o sofrimento têm cura imediata. Aqui, todos são acompanhados e
encaminhados, ninguém passa despercebido ou isolado, todos são tratados como
verdadeiros irmãos ou filhos de Deus a caminho da luz. Aqui, realmente há
solidariedade. No Canal Vermelho encontraremos belíssimas origens ou em termos
terrestres, belas cidades, condomínios ou pequenas colônias agrícolas onde se
cultivam plantas especiais diferentes das que conhecemos na Terra. É bom
destacar que os corpos astrais são constituídos por uma espécie de energia
racional muito sutil de natureza anti-material. Nessas dimensões tudo é formado
por essa energia fluídica densa especialmente dosada pela inteligência suprema,
incluindo as plantas e os animais. A diferença marcante entre um corpo fluídico
e um orgânico, pode ser assinalada no tipo de agrupamento molecular e os
consequentes filamentos do corpo material orgânico que é extremamente grosseiro
ou primitivo. O corpo astral ou espiritual, prima pela leveza e translucidez.
Pelo tipo de agrupamento de suas partículas de natureza sutilíssima. Como ondas
magnéticas, o corpo astral pode ultrapassar uma parede de concreto sem qualquer
dificuldade sem se decompor, ou, no caso tipicamente humano terrestre, tomar
posse de um corpo sem alterar seu metabolismo, somente sua coordenação
psíquica. É quando dizemos que alguém está incorporado. A prova mais concreta
que temos da presença espiritual coabitando naturalmente um corpo humano, pode
ser constatada quando alguém tem um membro de seu corpo amputado. Por exemplo:
quando um homem perde um braço, por um bom tempo ele terá a nítida sensação de
que o membro amputado ainda está ali, chegando ao ponto dele sentir seus dedos
se movimentando. Isto ocorre porque o corpo espiritual ainda continua intacto e
integrado ao sistema de coordenação motora ou psíquica do humano, a parte
perdida foi unicamente a orgânica.
CASULO = LAGARTA, CRISÁLIDA E BORBOLETA
Isto me faz lembrar um outro dado
importante sobre corpo espiritual e orgânico. Por um bom tempo, procurei uma
forma simples mas que ilustrasse corretamente o grande fenômeno humano que é a
real existência de seu espírito. Pois bem, o elemento que mais reflete o
fabuloso ciclo espírito-corpo-espírito, é exatamente aquele que passa por
diversas situações metamórficas até atingir o estágio final, ou seja, O CASULO,
A CRISÁLIDA E A BORBOLETA. Vamos fazer pequenas mas importantes comparações
para que todos possam entender com mais facilidade, como o espírito assume o
corpo físico, o estágio de endogenia e seu posterior desenlace. Após cumprir os
trâmites normais de preparação para assumir um novo corpo físico, o espírito aguarda
a formação da parte vital do feto que é o cérebro. Período compreendido entre a
concepção e os primeiros três meses de gestação. Fase em que o embrião nada
mais é que um pequeno organismo vivo em formação. Uma vez formado o cérebro do
feto, o espírito assume o controle de seu corpo e passa a coabitar
harmoniosamente num processo sistemático de endogenia. Nesta fase, o corpo
fetal será comparado a um pequeno CASULO, o espírito, a LAGARTA. Após o
nascimento, o bebê continuará como CASULO e assim permanecerá durante toda a
sua fase adulta o espírito deixará a condição de LAGARTA e se transformará na
CRISÁLIDA, mais ainda aprisionada no CASULO. O estágio CASULO-CRISÁLIDA
perdurará durante todo o ciclo existencial do corpo físico. Quando ocorrer a
morte deste corpo físico (CASULO), automaticamente o espírito (CRISÁLIDA)
assumirá as condições de BORBOLETA e se libertará, retornando à sua origem. A
parte dramática desta comparação é que ela revela a insignificância do corpo
físico, principalmente o período compreendido entre a concepção até os
primeiros três meses de vida. Como já foi dito, nesta fase, o embrião é somente
um pequeno organismo vivo, sem vínculos racionais. Mesmo após receber o
espírito e assumir a condição de racional, o corpo humano continua tão
insignificante que não passa de um CASULO ou, um amontoado de matéria orgânica
necrosada com um ciclo existencial muito curto. Em contrapartida, valoriza a
existência e perenidade do espírito (A CENTELHA RACIONAL DO HOMEM) que vem,
cumpre sua passagem terrena e retorna para sua origem intacto. Portanto, o que
era pó, corpo físico (CASULO) ao pó retorna, mas, a centelha racional, o
espírito (BORBOLETA) continua seu ciclo evolutivo até retornar à sua origem que
é o grande organismo cósmico revelado como o CORPO DE DEUS.
A LUZ AO ALCANCE DE TODOS
Retornando à nossa viagem, vamos continuar
desvendando os mistérios deste fascinante sistema conhecido como Canal
Vermelho. No decorrer das explicações, teremos a oportunidade de mostrar com
mais detalhes tudo o que acontece nesta dimensão especial. Seu povoamento, seu
sistema de governo, sua importância na escala evolutiva do espírito e do
próprio sistema espiritual de uma forma geral. Como já foi dito, o Canal
Vermelho é um dos mais importantes pontos de transição que temos conhecimento.
CONDOMÍNIOS DE LUXO
Deixando para trás a colônia greco-romana,
a primeira a ser mostrada logo após a saída do vale das sombras, faremos uma
rápida parada na cidade mais próxima, que, na verdade, mais parece um
condomínio de luxo, se observarmos seu avançadíssimo padrão arquitetônico. São
casas construídas com linhas arrojadas bem modernas, com muita transparência no
uso correto de enormes vidraças, rodeadas por plantas e pintadas com cores
claras para realçar a leveza vibracional. Na parte central desse condomínio
astral, vemos o que parece ser uma grande piscina. Se prestarmos atenção,
veremos que, da água, ou pelo menos o que parece ser água, se desprende algo
parecido com vapor ou, um tipo de energia que se espalha por toda a região,
energizando seus habitantes. Deixando claro que a piscina funciona como uma
gigantesca bateria ou manancial catalisador de energia vital para os espíritos.
Entremeando as duas primeiras origens, pela mudança na cor e principalmente o
padrão vibracional, bem mais pesado, deparamos com um cenário estranhamente
super povoado. Ao fundo, recortando o horizonte, surge um enorme clarão
semelhante a um arco-íris ou, o por do sol. Entretanto, uma vez que é de nosso
conhecimento que o sol é um privilégio dos encarnados terrestres, descartamos
essa possibilidade e concluímos que se trata do fogo etéreo, ou, uma espécie de
fogo especial que queima as vibrações negativa. São os mecanismos naturais
necessários para manter a purificação do meio. Sabemos pouco sobre as verdadeiras
origens desse fogo, mas, segundo uma passagem contada pelo Ditinho, ao varrer
uma região impregnada de energia negativa, por onde ele passa, fica uma
agradável sensação de leveza no ambiente. À direita do clarão, vemos um outro
clarão, só que este envolve um grande galpão para onde os espíritos se dirigem
aos milhares. À esquerda, outro galpão ou albergue, para onde também vemos
filas e mais filas de espíritos se dirigindo. No meio de uma bela campina
verde, destaca-se algo parecido com uma porteira velha construída com mourões
de pedra. Mais uma vez deparamos com a cena dramática do casal de missionários
aprisionando os espíritos sofredores com sua rede magnética e um pequeno grupo
aprisionado numa caverna nas proximidades.
Episódio XI
MISSIONÁRIOS A SERVIÇO DE DEUS
O cenário seguinte nos sugere um grande
labirinto respaldado por situações de isolamento em um ambiente pesado e
escuro. Em primeiro plano, vemos algumas cassandras, que são pequenas naves de
apoio utilizadas para resgates de espíritos em situação de perigo, como o
executado por este casal de missionários. Ao fundo, sua nave, resguardada de
perto por uma pequena frota. A contar pela presença de outras cassandras de
apoio, deduzimos que a região é hostil e exige cuidados especiais desses
guerreiros que desconhecem o medo quando o assunto é defender a integridade dos
necessitados, estejam eles onde estiverem, até mesmo nas mais tenebrosas
cavernas localizadas no vale das sombras. Este é o trabalho executado por esses
servos de Deus que no uso intenso do amor incondicional aos necessitados recém
desencarnados ou não, ignoram o medo e rompem as mais densas trevas para
resgatar e encaminhar os sofredores aos hospitais de recuperação ou albergues
e, posteriormente, se houver merecimento, para suas origens. Neste ponto,
envolto por uma nuvem escura, vemos outro grande clarão com pequenas colunas
enfileiradas. Trata-se de mais um portal-de-desintegração que, como já
dissemos, é a passagem usada pelos espíritos credenciados quando eles precisam
transpor uma dimensão.
SOLIDÃO
Pouco acima, quase que fundindo-se ao
cenário escuro, uma criatura perdida em sua própria individualidade, com a mão
na cabeça, lamenta-se da solidão e os muitos problemas que o desconhecimento de
uma vida após-a-morte pode acarretar. O detalhe interessante é que apesar de
seu desespero denuncia um baixo padrão vibracional, o que normalmente é um
chamarisco para os bandidos do espaço, este espírito solitário não é molestado
por eles. De alguma forma ele parece ser resguardado. Continuando por este
labirinto, encontramos mais alguns espectros caminhando sem direção definida,
como se não pretendessem chegar a lugar algum. Na realidade, por ainda não
terem um conhecimento claro de suas atuais condições ou do que está
acontecendo, a maioria permanece por períodos indefinidos na mesma situação,
sem arredar o pé de onde estão. Ficam rodando como barata tonta.
Episódio XII
CONVÍVIO FAMILIAR
Os quadros seguintes nos mostram várias
origens, mais ou menos no mesmo nível, tanto arquitetônico como evolutivo.
Algumas revelam a convivência familiar harmoniosa, como este casal à mesa, uma
casa toda florida para fortalecer o clima de amor puro e verdadeiro, do tipo
que só as almas gêmeas podem cultivar. Ao lado, uma enorme entrada de pedra dá
acesso a um albergue para o qual uma pequena multidão se dirige. Pela aparência
não se trata de uma casa transitória comum, podemos verificar isso pelo que
ocorre no portão de entrada. Dá para perceber que ao transpô-lo, os espíritos
assumem uma nova roupagem, tanto ao entrar como ao sair. Ao lado, semelhante a
uma ostra aberta, resplandecendo em varias cores-luz, vemos outro grande portal
de desintegração, igual a muitos outros que serão encontrados em quase todos os
planos ou pontos estratégicos, tanto nos mais elevados como nos inferiores.
Pelo que já verificamos, eles estão em toda parte.
A CAMINHO DA LUZ
Subindo um pouco, vamos encontrar um belo
conjunto de edifícios para onde se dirigem algumas dezenas de espíritos. Pela
aparência descontraída e alegre, concluímos que se trata de um campus
universitário. Aparentemente muito bem iluminado. Raios de luz rompem as
grossas camadas de nuvens enchendo o ambiente de vida. Em segundo plano, vemos
outro conjunto de edifícios, ainda vinculado ao campus, onde funciona um
hospital universitário. Para adentrarmos a próxima dimensão, certamente
necessitaremos de uma limpeza total da aura para nos livrarmos de qualquer
indício de magnetismo negativo, pois, teremos o sublime privilégio de adentrar
uma das dimensões mais elevadas do Canal Vermelho onde habitam os espíritos
iluminados de alta hierarquia. Aqui, tudo é bem-aventurança, harmonia,
integração absoluta entre os espíritos afins. A grande diferença entre os
habitantes dessa origem e as outras já visitadas, está exatamente na leveza
como se movem, ou melhor, flutuam. Quando o espírito galga todos os degraus
evolutivos até atingir este estágio, ele praticamente já perdeu todos os
vínculos ou magnetismos terrenos e materiais, transformando-se em pura luz, o
corpo especial dos bem-aventurados que já estão muito próximos de Deus e seus
anjos. Ao atingir este estágio, o espírito não mais se submete ao ciclo
reencarnatório e muito menos, ao trabalho árduo dos missionários que enfrentam
todos os tipos de situação no uso pleno do amor incondicional aos necessitados.
A presença de Deus nessa origem é confirmada em cada partícula, nas formas e
cores, no nível vibracional e nessa reluzente Presença Divina. Este lugar é tão
fantasticamente especial que até sua luz, fornecida por um gigantesco sol
multicolorido, parece possuir vida ou ser comandada por uma mente superior.
Seus raios atravessam os corpos em levitação como se fossem filamentos
energéticos. Como se não existisse a força gravitacional, imensos planetas se
entrelaçam em rotas translacionais muito próximas, como se fossem imensos
veículos comandados por uma tripulação especial. Apesar da absoluta integração,
nenhum corpo interfere ou obstrui o trajeto do outro, o respeito à
individualidade é total, isto vale tanto para os seres espirituais como para os
elementos que compõem o sistema. Esta, certamente é a representação mais
perfeita do que se pode entender como a verdadeira dimensão dos deuses.
Episódio XIII
ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU
Mais uma vez seremos obrigados a mudar
totalmente de cenário, inclusive de padrão vibracional para nos igualarmos ao
ambiente do próximo plano dimensional, que não chega a ser o vale das sombras,
mas também não se assemelha ao plano que acabamos de visitar. É uma dimensão
intermediária onde todos estão à procura da evolução. Aqui, veremos as filas
infindáveis e o superpovoamento de espíritos. Esta cena nos mostra uma cidade
de porte médio, semelhante a muitas cidades do interior que conhecemos na
Terra. No geral, sua arquitetura é simples, muito verde, bastante espaço entre
as casas na maioria de um único pavimento. O destaque fica por conta desse
grande edifício em primeiro plano, a princípio, ele nos lembra a casa branca, a
sede do governo americano. Isto nos sugere que este edifício também deve ser a
sede de alguma liderança espiritual ou talvez algum tipo de governo local. O
que deu pra concluirmos até agora, é que nosso planeta ou dimensão material é
uma projeção ou cópia perfeita de tudo o que existe aqui ou vice-versa. O que
existe no mundo material existe no espiritual. Talvez isso venha confirmar a
velha teoria de que, no universo nada se cria, mas, copia-se. Tudo são reflexos
do subconsciente. O que chamamos de inspiração, provavelmente, nada mais é que
reflexos mentais ou informações acumuladas desde a primeira vez que assumimos
um corpo orgânico no planeta Terra e que, a cada encarnação, decodificamos e
concretizamos uma pequena parte do que está arquivado. Quando criamos algo em
nosso planeta, estamos concretizando o que está arquivado em nosso
subconsciente. Este arquivo é o resultado de muitas passagens lá e aqui, ou
seja, é a síntese de tudo o que vimos, aprendemos e realizamos durante cada
encarnação ou nos períodos em que fomos submetidos ao sono cultural quando
somos preparados para uma futura encarnação. É possível que isto também
justifique ou responda alguns por quês, como aquela sensação de angústia ou
melancolia que nos abate de vez em quando, despertando uma saudade intensa de
alguma coisa que não sabemos definir.
FILAS SEM DESTINO
Agora vamos nos misturar a essa grande
multidão espectral para colhermos informações sobre o que fazem, se cultivam
algum tipo de esperança e para onde se dirigem. Sobre o que fazem para passar o
tempo, dá para perceber que eles perdem uma boa parte de suas existências
nessas filas infindáveis. Muitas das vezes, nem sabem por que estão ali, se
ajuntam aos outros por estarem totalmente perdidos. Por outro lado, devido à
fantástica quantidade de seres que superpovoam este lugar, fica muito difícil o
acompanhamento dos missionários caso por caso. Sobre a esperança, pela
expressão de abandono estampada em cada rosto, parece que ela já não mais faz
parte de suas reivindicações. Nesse caso, por exemplo, uma verdadeira multidão
se acotovela nessa fila, dirigindo-se para esse imenso portal de desintegração,
não para ultrapassá-lo, mas para se beneficiar da energia emanada e de sua luz
intensa. Ao lado, outra multidão se espalha como formiguinhas nessa área verde,
tendo como único abrigo esse albergue. Ao fundo, vemos um forte clarão surgido
de uma grande fenda rochosa suspensa. Pouco acima, um pequeno grupo parece se
confraternizar descontraidamente. Mais alguns albergues, uma pracinha
fracamente iluminada ocupada por um casal, outro grupo bem mais alegre, inclusive,
formado em sua maioria por casais de namorados. Outra pracinha banhada pela luz
amarela de uma lâmpada fixada em um poste. Não dá para sabermos que tipo de
energia é utilizada para acender essas lâmpadas, trata-se de uma luz fria, isto
é facilmente notado.
FOGO DA ESPERANÇA
Caminhando um pouco para a esquerda,
deparamos com uma espécie de ruína ou monumento formado por uma sequência de
cinco grandes pilastras erguidas numa campina verde onde alguns espíritos
passeiam despretensiosamente. Mais uma vez notamos um enorme clarão alaranjado
recortando uma montanha ao fundo, só que dessa vez, não se trata de nenhum
portal de desintegração, mas a presença do fogo etéreo, o tal fogo que queima
as vibrações negativas.
A ILUMINADA E SEU GUIA
A cena seguinte, reveste-se de algo
especialmente sublime. Ao fundo, um pequeno arco-íris empresta um toque de
magia e beleza ao cenário. Ao me aproximar de um pequeno grupo de espíritos,
uma emoção muito forte faz umedecer meus olhos e provocar um nó em minha
garganta. A visão ímpar me domina e enche meu coração de uma alegria
estranhamente melancólica ao identificar Tia Neiva sentadinha em um pequeno
banquinho de jardim. Exatamente como aqueles que ela tanto falava quando estava
encarnada entre nós. Com o braço esquerdo estendido, apontando algo à sua
frente, ela se faz acompanhar por três espíritos. Um em especial me é bem
familiar, trata-se de Amanto, o atencioso e belo missionário que sempre a
acompanhou e continua acompanhando em suas andanças pelos mundos espirituais,
principalmente, pelo Canal Vermelho. A grandiosidade dessa cena que foi pintada
por mim ha mais de quinze anos atrás, é que ela se revela incrivelmente
presente, como se tentasse nos mostrar o atual estágio evolutivo de Tia Neiva,
ou, o plano onde ela se encontra na atualidade. Pelo que podemos perceber, Tia
Neiva está muito bem assistida por espíritos da mais alta hierarquia. É claro
que isso não concretiza a sua presença entre nós, mas pelo menos nos dá a
certeza de que a encontraremos muito bem em um futuro próximo, o que já é um
grande consolo. O indiscutível poder de Tia Neiva está em tudo o que ela
realizou como missionária durante o período em que cumpriu seu ciclo
encarnatório entre nós. Fazendo uso de seus dons extra-sensoriais fundamentados
em sua clarividência e grande capacidade para se desdobrar, saindo do corpo
físico em plena consciência, normalmente acompanhada por importantes
personagens do mundo espiritual, ela trouxe do além, todos os conhecimentos que
a transformaram na maior líder espiritual de nossos dias. Sua clarividência e
sensibilidade apuradíssima, deram-lhe condições, apesar da fragilidade física
consequenciada por diversas doenças graves, para buscar além, todo o
conhecimento para concretizar no físico, esta fantástica obra denominada como
“Doutrina do Amanhecer”.
ROMEIROS DA DESILUSÃO
Nesta cena, mais uma vez acompanhada pelo
sublime espírito Amanto, ela observa as infindáveis filas que caracterizam
alguns pontos do Canal Vermelho. Filas que se formam por acaso, iniciando com
um pequeno grupo de espíritos errantes que seguem a esmo e no decorrer do
caminho vão se ajuntando a outros até se transformar nessa imensa romaria sem
destino definido. Tia Neiva sempre dizia que acontecia de tudo nessas filas.
Desde o encontro de velhos conhecidos da Terra, parentes próximos até grandes
rivais ou cobradores e ferrenhos inimigos. Aqui os carmas mais pesados não são
resolvidos, mas muitas das vezes bem encaminhados. Nos planos inferiores,
particularmente nessas romarias astrais, é muito comum um espírito deparar com
outro que tenha sido sua vítima em épocas passadas. São nesses encontros que se
iniciam as grandes cobranças que muitas das vezes rompem as dimensões e
continuam quando eles são contemplados com as reencarnações para se reajustarem
aqui na Terra.
Episódio XIV
LÍDERES DA DECADÊNCIA
Os atos inconsequentes levados a cabo a
despeito de reivindicações duvidosas, têm balançado as estruturas democráticas
do país. Na intransigência de se opor simplesmente por opor, supostos
sindicalistas e aventureiros em busca do poder, no uso e abuso da demagogia,
têm promovido muita agitação na sociedade, instigando-a a rebeliões
injustificadas e, se possível, algum derramamento de sangue. É quando se viola
os direitos individuais dos cidadãos, envolvendo-os na malha pérfida da
insanidade, que os reajustes se generalizam e a tal cobrança espalha seus
tentáculos engrossando cada vez mais as fileiras dos desiludidos. Os políticos
tinham como obrigação, defender e liderar a sociedade com dignidade, criando
leis justas para harmonizá-la. Infelizmente, presenciamos exatamente o
contrário. Na defesa de seus interesses pessoais eles promovem a baderna
tecendo uma rede de intrigas para encobrir suas reais intenções que é mergulhar
o país no caos, para somar dividendos políticos com a desgraça de seus
semelhantes. O pior é que muito sangue já rolou devido à inconsequência dessa
gente, que, sem saber, estão fazendo o jogo dos chefões do vale das sombras que
necessitam dos fluídos negativos gerados pela desordem e derramamento de sangue
para se fortalecer e quem sabe, estabelecerem aqui, o seu reino de perversão e
dor. Normalmente, o político influente, os grandes cientistas, os líderes
sindicais e os que exercem algum tipo de liderança, são as cobaias preferidas
ou mais visadas pelos chefões dos planos inferiores. Ambientes como senado
federal, câmara dos deputados, câmaras legislativas, palácios dos governos
estaduais, a sede do governo federal e principalmente os tribunais de justiça,
são os ambientes mais frequentados pelos poderosos chefões do vale das sombras
que tudo fazem para transformá-los em suas bases de comando. Aliás, uma coisa é
certa, com tudo de ruim que temos praticado com as guerras, a fome e miséria, a
promiscuidade e destruição da natureza, a ambição sem limites e toda a sorte de
atos mesquinhos, estamos trabalhando exatamente em favor dos encouraçados dos
planos inferiores, fortalecendo-os e fazendo com que muito em breve, eles
encontrem o respaldo energético necessário para promover suas materializações
entre nós e se possível, transformar nosso mundo material, em mais uma extensão
do vale das sombras. Com certeza não será uma tarefa fácil reverter este quadro
de negativismo incontestável, mas, com uma boa dose de otimismo, acredito que o
homem ainda tem forças para lutar contra as trevas e seus habitantes, trabalhando
para o bem e assim podendo contar sempre com o auxílio de Deus e seus grandes
iniciados, que jamais nos negarão ajuda. A atuação dos líderes das trevas para
recrutar cada dia mais adeptos para seus exércitos é incessante, porém, se nos
municiarmos de amor incondicional, auto-confiança, vibração pela vida, fé em
Deus e em nossos mentores espirituais, com certeza seremos vitoriosos. Caso
contrário, se continuarmos trilhando os caminhos do desentendimento, do
individualismo, da falsidade e da mesquinharia, fatalmente seremos abandonados
pelas forças superiores e ficaremos à mercê dos vilões das trevas e de nossos
próprios atos insanos. Caso ocorram as catástrofes e o domínio das trevas em
nosso mundo material, de uma coisa podemos ter certeza, cada fato negativo
envolvendo os homens será amplamente explorado pelos líderes religiosos que o
transformarão na vingança de Deus contra os infiéis ou pecadores. O que somente
ampliará a lista de bobagens criadas pelo homem para intimidar seus
semelhantes. Na verdade, Deus em sua grandeza infinita não cultiva o instinto
de vingança e muito menos necessita castigar pobres mortais como nós para
descarregar sua cólera ou dar mostras de sua força. É bom nos conscientizarmos
que raiva, vingança, cobrança, violação do livre-arbítrio são instintos
negativos exclusivamente cultivados pelo homem carnal, Deus, a força suprema
está muito acima disso, dizer que ele vai deflagrar sua ira contra nós é
nivelá-lo à nossa condição de pecador. Portanto, precisamos ter muito cuidado
ao nos oferecermos como seu porta-voz. É bom analisar bem antes de falar
bobagens em seu nome. Imaginem o que seria do universo se seu Criador e Mentor
maior fosse tendenciado a crises de raiva ou nutrisse o instinto de vingança?
Com certeza, tudo isso já teria sido pulverizado. Deus está muito acima do que
podemos considerar como natureza meramente humana. Nivelá-lo dessa forma é
cometer um tremendo pecado capital, comprando antecipadamente uma passagem só
de ida para o lugar classificado pelos religiosos como purgatório. Como pode
alguém em sã consciência, usar o nome de Deus para intimidar e condenar seu
semelhante ao fogo do inferno baseado em interpretações pessoais ou filosofias
sabidamente ortodoxas e ha muito tempo caducas? Não é o julgamento sem conhecimento
de causa ou do indivíduo, um tipo de injúria sujeita a punição? Se somos livres
para pensar e agir de acordo com nossos princípios fundamentais, obedecendo às
leis que regem uma sociedade, acredito que está na hora do homem abandonar seus
velhos e vergonhosos métodos de intimidação dos indecisos e avançar alguns
graus na escala evolutiva. Dizer a alguém para abandonar seu tradicional método
de vida e procurar seguir uma nova rota, caso queira se safar da ira de Deus ou
se livrar do fogo do inferno, é uma forma de fanatismo terrorista muito usada
pelos líderes religiosos para intimidar e arrebanhar a todo custo, seus
contingentes de seguidores. Qual o homem tem poder ou autonomia suficiente,
para, em sã consciência, dizer ao seu semelhante que ele está errado e caso não
mude de vida aceitando determinados mandamentos religiosos, será impiedosamente
condenado por Deus a se tornar churrasco no fogo do inferno? Não seria isto uma
infeliz forma de coação que precisa ser combatida? A religião deve ser uma
manifestação livre, mas não imposta goela abaixo às custas desse tipo de
politicagem barata e enganadora. É preciso ter muito cuidado com esses que se
dizem os porta-vozes de Deus, a maioria não passa de mercenários da fé em busca
de liderança ou enriquecimento ilícito. Na verdade, eles não passam de cegos
tentando guiar outros cegos que certamente terão um único destino, o abismo.
Todos somos iguais perante Deus, o problema é que temos uma grande facilidade
em desvirtuar aquilo que a própria natureza nos oferece como normas
fundamentais e coerentes de coexistência. O momento é de coerência e
engrandecimento da espécie. Uma espécie mais voltada para seu interior, onde
certamente, poderá encontrar a essência sublime do criador que é a presença do
próprio espírito que, por sinal, é a única coisa que temos em comum com Deus, o
resto, não passa de matéria orgânica podre gerada de acordo com as condições
químicas e atmosféricas de nosso planeta. Portanto, afirmar que o homem é a
imagem e semelhança de Deus, é tremendamente questionável. Somos criação de
Deus, mas não a sua imagem e semelhança. Por outro lado, quem é o homem, mero
mortal extremamente primitivo, para afirmar que é a imagem e semelhança de
Deus, a Suprema força que rege todos os universos? Na realidade, o único fator
real que o diferencia dos outros animais é o poder indiscutível de seu espírito
configurado como o dom racional, o resto, como já foi dito, não passa de
matéria orgânica perecível que pode ser facilmente destruída por um vírus
microscópico e se tornar pasto para os vermes. O afirmado aqui pode até ser
tomado como mais um amontoado de conjecturas pessimistas e sem fundamentos,
tudo bem, ninguém é obrigado a acreditar em tudo que ouve ou vê, todavia, é
prudente ser mais cuidadoso antes de se deixar levar pela oratória convincente
dos que se dizem donos da verdade e salvadores do mundo usando o nome de Deus.
Existe muito lobo voraz camuflado em pele de ovelha. Por outro lado, ficar na
encruzilhada sem saber que rumo tomar é uma terrível perda de tempo. Um minuto
perdido na dúvida ou em qualquer situação jamais será recuperado. O tempo de
mãozinha na cabeça e panos quentes para encobrir as falhas já passou, agora é
munir-se de auto-confiança e fé em Deus, o verdadeiro regenciador dos universos
e seguir em frente sem essa de: “Será que vou conseguir?”. É claro que vai
conseguir, basta querer realmente e ir à luta sem medo que certamente o futuro
se descortinará promissor e todos os objetivos serão alcançados. Se nos
basearmos na confiança que o Criador depositou em cada um de nós ao nos
contemplar com o dom divino do espírito e a liberdade para definirmos nosso
próprio caminho, podemos afirmar sem medo de errar que o destino de cada humano
está em suas próprias mãos. Ninguém morre simplesmente para acompanhar o outro
em sua fornada no mundo dos espíritos, quando partimos desse mundo partimos
sós. É bom pensar nisso.
Episódio XV
A DIMENSÃO DOS DEUSES
Vamos deixar de lado a realidade terrena
por algum tempo e viajar através das dimensões para conhecermos outra origem
considerada como uma das mais elevadas do Canal Vermelho. É muito difícil
descrever esta origem. Seria como descrever a dimensão dos deuses. Um dos
pontos mais altos da escala evolutiva. Aqui, tudo sugere a bem-aventurança, a
sublimação, a realidade daqueles que já galgaram todos os degraus evolutivos e
alcançaram as bênçãos de Deus que se faz presente em cada partícula de tudo o
que compõe este lugar. Tudo aqui é vibração positiva, amor puro e verdadeiro, o
tão sonhado paraíso onde as almas gêmeas se encontram e se eternizam junto a
Deus, o Supremo Senhor do Universo. Uma imensa Presença Divina confirma o
estágio de sublimação deste lugar. Sua luz intensa parece se fundir a cada
corpo etéreo como se fosse transformar tudo em um único ser. Os espíritos,
normalmente em casais, externam a leveza daqueles que perderam todo o
magnetismo pesado dos encarnados. Seus corpos já não se prendem a qualquer tipo
de força gravitacional, são translúcidos como a luz. Uma luz em perfeito
sincronismo com a energia emanada pelas cores vivas emitidas pela Presença
Divina que resplandece como o sol da vida. Nessa dimensão fascinante, os
planetas se entrelaçam obedientes às suas rotas translacionais como pequenos
balões multicoloridos em um dia de festa. Não visualizamos nenhum tipo de
abrigo concreto como uma casa, um edifício ou um albergue porque, aqui, todo o
sistema se unifica como se fosse um imenso organismo vivo, mas de pura energia
racional. Tudo se integra numa perfeita corrente como se não existisse diferença
entre o racional e o irracional, o orgânico e o inorgânico, o vegetal e o
animal, o sólido, o líquido e o gasoso. É como se todas as partículas
possuíssem uma total afinidade entre si, sob a coordenação da gigantesca
Presença Divina que pulsa espargindo fluídos como se fosse o cérebro desse
lugar. Aqui, Deus não é uma teoria, mas uma presença concreta associada a cada
corpo em levitação, a cada partícula de luz, a cada mantra, nas vozes, no olhar
destes que já ultrapassaram todos os bloqueios carnais e se nivelam aos anjos
da mais alta hierarquia. Aliás, hierarquia aqui, não é sinônimo de poderes, mas
o nível evolutivo de uma sociedade regida pelo seu próprio instinto racional.
Episódio XVI
A ORIGEM DOS GRANDES INICIADOS
Se de um lado encontramos a perfeição
absoluta em termos de plano superior, do outro, rompendo a delicada película
que divide as dimensões, encontramos essa origem que também pode ser
considerada como de grande elevação, porém, pouco inferior se comparada à
anterior. Nesta origem, encontraremos vários vínculos com nosso mundo material,
o principal deles é a arquitetura. Em primeiro plano, vemos um grande templo
semelhante aos pagodes chineses completando um belo conjunto arquitetônico com
outro do mesmo porte separado unicamente por uma ponte sobre um grande lago de
águas cristalinas. Ao fundo, vemos outro edifício e algumas dezenas de pessoas
compondo as já conhecidas filas vistas no Canal Vermelho. A paisagem
perfeitamente integrada ao sistema se compõe desse grande lago, plantas diversas,
belas flores multicoloridas, pássaros, jardins com confortáveis bancos onde um
ou outro casal compartilha agradáveis momentos. Tudo inspira a paz dos deuses.
Se nos basearmos unicamente na arquitetura e postura de seus habitantes,
podemos afirmar que esta é uma origem oriental, ou melhor, a origem dos monges
tibetanos, hindus, japoneses e chineses. Podemos afirmar isso com base nos
costumes e filosofia dos espíritos que vivem aqui. Eles são totalmente
diferentes dos habitantes da origem anterior que primam pela leveza e
descontração, pela alegria das cores e caracteres espectrais. Nessa origem, os
espíritos se assemelham muito aos monges tibetanos no que diz respeito à
conduta celibatária que valoriza o silencio e a meditação, conduta que à
primeira vista, confere-lhes um elevado sentido de isolamento ou introspecção,
no entanto, isso não ofusca-lhes a grande simpatia e suavidade em seus gestos.
Esta é sem dúvidas, uma origem muito evoluída, guardando-se as respectivas
tradições e alguma ortodoxia que reflete o que já conhecemos aqui na Terra.
Apesar de ser totalmente diferente das demais, desde o padrão vibracional, a
arquitetura predominante e os poucos, mas circunspetos habitantes, esta origem
não demonstra a super-povoação vista em todas as outras. Nesta, ao contrário,
vemos um ou outro espírito caminhando sem pressa, contemplando o belíssimo
cenário perfeitamente harmonioso. Aqui também tudo sugere equilíbrio. A
natureza se unifica nas flores multicoloridas, nas águas cristalinas e nos
poucos pássaros que convivem em perfeita harmonia com os demais seres vivos.
Mirando a linha do horizonte, podemos contemplar o belo olho de Deus
configurado na reluzente Presença Divina contrastando com o azul celeste do céu
ligeiramente esfumado por grossos blocos de nuvens.
Episódio XVII
RODOVIÁRIA UNIVERSAL
E por falar nas indescritíveis obras do
Grande Arquiteto dos Universos, vamos retroceder alguns graus na escala
evolutiva e mudar totalmente o padrão vibracional para conhecermos mais um dos
considerados fenômenos astrais de relevância primordial para todas as classes
de espíritos que estão chegando da Terra ou partindo para suas respectivas
origens. Para constatarmos essa fascinante obra, vamos viajar até o ponto
central do Canal Vermelho onde estão situadas as indescritíveis e superpovoadas
rodoviárias-universais. A visão chega a ser impressionante devido à imensa
quantidade de espíritos se entrelaçando como se estivéssemos diante de uma
gigantesca colméia. Esta primeira rodoviária universal se parece com um gigantesco
disco-voador ou uma imensa plataforma flutuante cheia de portas que dão acesso
a um grande número de passarelas interligadas a vários planos espirituais que
vão desde os mais elevados até os mais baixos como o vale das sombras. Os
espíritos recém-desencarnados oriundos da Terra ou de outros sistemas, chegam a
essa rodoviária universal e a partir daqui, de acordo com seus graus
evolutivos, consciência da vida extramaterial, padrão vibracional e orientação
comandada pela própria individualidade, são encaminhados para suas origens,
para os albergues, hospitais, universidades ou, na pior das hipóteses, para os
labirintos negros dos planos inferiores. O destino de cada um será regido por
sua própria tendência. Na maioria dos casos existirão guias especializados para
orientar os indecisos ou mentores responsáveis pelo encaminhamento do
recém-chegado no mundo dos espírito, entretanto, eles jamais interferirão na
decisão final ou livre-arbítrio de quem quer que seja. À distância, nos pátios
próximos às passarelas, podemos visualizar algumas cassandras que são os
veículos espaciais ou táxis aéreos que conduzirão os passageiros para seus
respectivos destinos que, como já dissemos, podem ser os albergues, os
hospitais, suas respectivas origens ou os planos inferiores, vai depender do
que foi semeado durante o período em que o espírito esteve encarnado no mundo
físico. Agora, será a hora da colheita. Como em nossas rodoviárias terrestres,
aqui também existem os auto-falantes que anunciam as chegadas e partidas das cassandras
que funcionam como ônibus espaciais. Nesses auto-falantes ouve-se coisas do
tipo: “passageiros com destino a origem Y, com escala no albergue de nana,
embarque imediato na plataforma WS2, ou, amacê oriunda da Terra com desembarque
previsto para daqui a alguns minutos na plataforma BM9”.
PONTO DE ENCONTRO OBRIGATÓRIO
A localização exata desta gigantesca
plataforma é estratégica, ela é o ponto de convergência e divergência para
todos os lugares não só de nosso pequenino planeta, mas, é uma espécie de
CENTRO NERVOSO DO UNIVERSO. Esta informação pode ser confirmada pelas inúmeras
passarelas interligadas aos planos dimensionais, aos planetas vistos a pouca
distância, aos portais de desintegração e aos albergues situados nas
imediações. É impressionante a incrível quantidade de seres espirituais se
movimentando de um lado a outro nas proximidades das rodoviárias universais.
Não há duvidas de que existem mais espíritos nos mundos anti-materia do que os
ainda encarnados no planeta Terra que não chegam aos seis bilhões.
MUTAÇÕES MALIGNAS
Comprovando o superpovoamento astral,
nesta dimensão próxima, vemos outra rodoviária universal ainda maior e mais
congestionada de espíritos-passageiros que a anterior. As passarelas dessa
rodoviária estão ligadas diretamente aos albergues espalhados por todo o Canal
Vermelho e regiões adjacentes como o umbral ou vale das sombras. À esquerda, no
topo desta colina, vemos outra passarela ligada a um pequeno conjunto de
hospitais enquanto outras levam diretamente às cavernas no vale das sombras,
onde, nesse exato momento presenciamos o ataque de algumas criaturas aladas a
essa multidão de espíritos errantes. Na realidade, essas formas espectrais
semelhantes a abutres gigantes, fazem ponto nos limiares das passarelas com os
mundos inferiores, onde procuram aprisionar a maior quantidade possível de
espíritos indefesos e levá-los para seus antros de perdição, onde submeterão às
mais terríveis provações. Estes seres cavernosos são tão terríveis que em suas
orgias, eles se castigam violentamente com atos libidinosos, usando
instrumentos cortantes ou pontiagudos, correntes, braseiros e bebidas altamente
letais como estimulante. O estranho é que eles se atravessam com violentos
golpes de faca, bebem essas misturas venenosas e não conseguem se destruir
porque o espírito é um tipo de energia inextinguível. A grande realidade é que
estes seres alados são extremamente sanguinários, quando eles dominam suas
vítimas, elas são submetidas ao que chamaríamos de verdadeiro inferno. Eles são
os temíveis demônios propagados por alguns religiosos que os usam como forma de
intimidar seus fiéis. Sobre a origem desses seres alados, sabemos que se um
humano de má índole ainda encarnado, cultiva uma determinada fixação e
desencarna sem realizá-la, quando ele chega nos planos inferiores, sua
tendência natural é perder todas as características anatômicas anteriores e
assumir a roupagem que está incutida em seu subconsciente pervertido. Isto,
porque a mente é um arquivo que não se apaga quando o espírito se liberta do
corpo físico. Uma vez que na mente desse indivíduo só existia e ainda existe o
mal, as mutações bestializadas se concretizam com muito mais facilidade e as
imagens buscadas normalmente são as mais assustadoras possíveis para que eles
possam usá-las para aterrorizar suas vítimas. Nos mundos inferiores é comum
encontrarmos criaturas monstruosas com cara de gente e corpo de animal ou
abutre com cara de macaco e patas de leopardo como os vistos há pouco
aterrorizando os recém-chegados ao vale das sombras. Esta tendência atrofiadora
ou mutante não é observada quando o espírito possui um mínimo de lucidez ou
conhecimento de causa. Para estes, a tendência natural é se evoluírem cada vez
mais, perdendo todos os vínculos carnais ou anatômicos até se tornarem pontos
de luz racional totalmente integrada ao grande organismo cósmico que é o corpo
de Deus. Porém, este destino sublime não está reservado a todos, somente alguns
o atingirão na plenitude, a maioria permanecerá ainda com características
anatômicas definidas nos planos intermediários ou origens por tempo
indeterminado até se autoconscientizarem, desvencilhando-se de todos os
resquícios de encarnações passadas. Deus, em sua grandeza infinita, concede a
mesma oportunidade a todos, entretanto, está em cada um saber aproveitá-la na
íntegra para um dia, quem sabe, fazer parte de sua grandiosa legião de bem
aventurados.
QUEBRANDO AS REGRAS
Em tudo existem dois lados, o bem e o mal.
O positivo e o negativo. A luz e as trevas. Em muitos casos até que pode haver
um meio termo. Porém, quando o assunto é espiritualidade inferior, essa regra
deixa de existir. Nesses antros de perdição ou se comanda ou é comandado. Um
está sempre pronto para sobrepujar o outro. Não há convívio pacífico no que
poderíamos chamar de inferno. Aqui, as palavras de ordem são: subjugo, traição,
humilhação, poder, maldade extrema, sexo bestializado, droga, perversão
absoluta. Como não há solidariedade, aqui, o indeciso acaba sempre como escravo
do mais esperto.
CONEXÃO PARA O ALÉM
Observando a movimentação nessas
plataformas, podemos confirmar esta tendência com muita clareza onde a
separação ocorre sem a interferência de quem quer que seja. O indivíduo é
conduzido pela sua própria consciência numa espécie de seleção natural ou autoretratação.
É o que vemos acontecer na parte inferior da grande rodoviária-universal nesse
exato momento. Um grande número de espírito se dirigem para uma de suas muitas
passarelas, em especial a que leva ao enorme portão de pedra que isola uma
determinada área das demais regiões. Pela tranquilidade demonstrada pelos
espíritos que estão em seu interior, podemos concluir que o lugar não é dos
piores, parece muito com uma área de laser ou espera, algo semelhante a uma
reserva para camping. Nesta rodoviária, a presença de espíritos também chega a
ser impressionante, milhares e milhares deles numa constante movimentação onde
encontramos de tudo, seres desesperados, pasmados por ainda não terem entendido
o que aconteceu, os que ainda não aceitaram a morte, outros em agonia,
prostrados, resignados e também os tranquilos e conscientes de suas condições
de desencarnados. Alguns dão a impressão de que estão fazendo turismo nessas
paragens, observando cada detalhe com muita curiosidade, percebemos que estes
são os mais evoluídos e consequentemente menos apegados às coisas materiais
deixadas para trás, com certeza eles não encontrarão dificuldades para se
readaptarem à nova condição e seguir em frente no cumprimento de suas jornadas
na expectativa de um dia retornarem às suas respectivas origens.
FILHOS DA LUZ
Constatando este magnífico mecanismo que
rege os mundos físicos e espirituais, mais uma vez concluímos que as coisas de
Deus são simplesmente indescritíveis e eternas. A vida se estende através das
dimensões e se eterniza nas diversas situações regidas pelo livre arbítrio ou
individualidade, cada caso é um caso, cada espírito, representa um destino
diferente de acordo com o peso de seu carma. É uma sucessão de desencontros,
encontros e reencontros de parentes e amigos de outrora, entretanto, poucos se
dirigem à mesma origem ou destino, muitos mantiveram laços familiares quando
encarnados unicamente para cumprirem um reajuste, após o desvinculo carnal,
tomam destinos totalmente diferentes. São dádivas ofertadas somente aos seres
humanos. Criaturas especiais e privilegiadas que receberam a incumbência de bem
representar o Criador nos inumeráveis mundos espalhados pelos universos.
CONHECIMENTO AO ALCANCE DE TODOS
Ainda nas imediações das rodoviárias, a
uma distância equivalente a uns três quilômetros, vemos um fabuloso conjunto
arquitetônico de linhas modernas, onde funciona uma das mais importantes
faculdades do Canal Vermelho. Aparelhada com avançadíssima tecnologia astral,
ela fornece dados importantes e vitais na preparação dos futuros missionários
que serão enviados para cumprir suas tarefas especiais em diversos pontos não
só do Canal Vermelho e outras dimensões, como também em nosso planeta Terra.
Episódio XVIII
A CONVENÇÃO DOS ILUMINADOS
De tudo o que vimos nas diversas dimensões
intermediarias denominadas como Canal Vermelho, certamente, o que mais nos
encherá os olhos será sem dúvidas, este imponente monumento semelhante à
catedral de Brasília, formado por duas meias-luas invertidas, uma amarela e a
outra lilás. Complementando o simbolismo, uma grande taça representando a chama
da vida empresta um toque de magia e encanto ao monumento. Como se unindo as
duas luas, um gigantesco suriê formado por pequenas esferas multicoloridas com
o símbolo do cristianismo na extremidade inferior, completa a fachada do
importante edifício. Sob esta fabulosa estrutura resplandecente, vemos algumas
centenas de espíritos representando quase todos os povos conhecidos. Nesta
reunião se encontram caboclos, hindus, médicos, pretos-velhos, ciganos,
princesas, príncipes, magos, cavaleiros, ministros e missionárias, monges,
representantes das águas, do fogo e de todas as tendências voltadas para a
evangelização dos que se encontram na obscuridade dos mundos inferiores. Aqui,
todos falam a mesma língua usando uma espécie de dialeto universal. Este
belíssimo conjunto arquitetônico cabalístico é conhecido como: O GRANDE ORÁCULO
DE OLORUM. Como todos sabem, o ORÁCULO representa a divindade maior que
responde a todos os questionamentos dos homens, orientando-os em suas decisões
e tarefas mais difíceis. OLORUM, de acordo com os entendidos no assunto,
representa a divindade maior, o senhor de todos os céus. Sob as bênçãos deste
grandioso oráculo, podemos constatar o peso desta conferência que reúne os mais
significativos representantes responsáveis pela evangelização de todos os povos
existentes nos planos físicos e espirituais, encarnados ou desencarnados.
O VALE DOS SUICIDAS
Depois desse belíssimo encontro com as
entidades espirituais de alta hierarquia, mais uma vez, vamos mudar de padrão
vibracional e descer aos vales sombrios onde gemem aqueles que ainda não tem
direito a luz. Nessa trajetória, deparamos com uma figura solitária em total
desespero. Aos berros, ela se atormenta ao ouvir o eco da própria voz que
parece acusá-lo de algo terrível. Sua sensação é de absoluto abandono numa
dimensão onde existir é sinônimo de introspecção total. Aqui, o eu interior só
se exterioriza para o auto-julgamento final. Este lugar sombrio é chamado por
muitos de: VALE DOS SUICIDAS. É onde são confinados aqueles que, por fraqueza
ou covardia, ousaram tirar a própria vida, agredindo brutalmente a essência
maior que regencia todo o sistema integrado. Nenhum ser racional tem direito de
atentar contra a própria vida por mais injusta que ela possa parecer, quando
isso ocorre, o transgressor se auto-confina em uma estranha dimensão onde sua
tormenta maior é terrível sensação do não existir. Normalmente, este martírio
perdura até que se finde o período em que o suicida deveria permanecer
encarnado naturalmente. Após cumprir o estágio punitivo, o espírito do
transgressor, com o peso do ato inconsequente somado a sua carga original,
assumirá os encargos que o aguardavam para o cumprimento de sua escala
evolutiva. No caso dele não conseguir resgatar todos os seus débitos, seu
destino será o eterno confinamento nos vales negros do sofrimento.
Episódio XIX
FORÇA CRESCENTE E DECRESCENTE
Retornando ao mundo físico, numa mudança
totalmente de condição etérea para física, vamos acompanhar um jaguar fazendo a
sua emissão ao se preparar diante da pira no templo do amanhecer. Observando os
efeitos positivos de sua emissão, podemos constatar a forma elipsoidal assumida
pela energia emitida ao serem pronunciadas as palavras cabalísticas, vemos que
ao contactar os mundos espirituais onde sofrem as almas sem luz, a emissão
canaliza as energias restauradoras até os necessitados que agonizam nos vales
negros, atravessando-os até atingir o ápice que é o grande portal de desintegração
onde a energia sofre uma filtração e retorna como fluído vital para o
equilíbrio psicossomático. Quando o jaguar faz sua emissão, um tipo de energia
vital é liberada e vai ao encontro dos necessitados que sofrem nos planos
inferiores. Consequentemente a mesma energia é transformada em fluído vital
para a cura biopsicofísica e retorna à sua origem. É obvio que este ciclo só se
completa quando o trabalho é realizado sob o poder indiscutível do amor
incondicional, da autoconfiança e fé em Deus, nosso pai. Quando há o propósito
de se realizar um bom trabalho em benefício dessas infelizes almas, é
importante termos em mente a real destinação e objetivo de nossa vibração. É
por essa razão que devemos prestar muita atenção nesses vales negros onde choram
os que perderam a chance de retornarem às suas origens. Quando elevamos nosso
pensamento e rogamos ajuda, fazemos em nome desses infelizes que rosnam
bestializados nos antros lodosos das cavernas, onde a demência é o instinto
predominante. Por outro lado uma das coisas mais importantes que devemos ter em
mente, é a conscientização absoluta e a paz interior. Uma vez cientes desse
item, podemos nos considerar habilitados a corresponder como verdadeiros
missionários no cumprimento de nosso dever, nos oferecendo como mediadores nas
terríveis batalhas travadas não só nos planos inferiores, mas onde se fizer
necessária nossa intervenção.
A ORIGEM DOS CATEDRÁTICOS
Para não finalizarmos esta fascinante
viagem mostrando o baixo astral, vamos subir alguns graus na escala para
conhecermos um importante conjunto de edifícios onde funciona uma faculdade, um
teatro e uma espécie de centro de convenções. Nos verdes e amplos jardins que
circundam este campus astral, percebemos a alegria descontraída em cada face
que integra este pequeno povoamento. A energia gerada por eles é extremamente
agradável e positiva. Tudo aqui denota o elevado grau evolutivo daqueles que já
estão a caminho de Deus. A alegria e leveza transparente das cores revela a
bemaventurança dos que souberam bem administrar seu livre-arbítrio, não
permitindo o comando muitas das vezes nefasto dos instintos carnais sobre o
espírito.
= FIM =